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ONU e Europa dão aceno positivo para novo governo de rebeldes na Síria

Depois da queda de Assad, ONU e países europeus já buscaram contato direto com o líder do grupo que governa o país atualmente

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Imagem colorida mostra Abu Mohammed Al-Jolani, líder do HTS na Síria - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Abu Mohammed Al-Jolani, líder do HTS na Síria - Metrópoles - Foto: Divulgação/Hayat Tahrir Al-Sham (HTS)

Apesar das muitas incertezas que cercam o futuro da Síria após a queda de Bashar al-Assad, a Organização das Nações Unidas (ONU) e alguns países da Europa já demonstraram interesse em participar da reconstrução do país junto ao governo provisório imposto pelo grupo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS).

Em mais uma tentativa de se distanciar do jihadismo, Abu Mohammed Al-Jolani trocou os tradicionais uniformes militares por camisas sociais e ternos bem cortados ao receber autoridades internacionais que já iniciaram as primeiras consultas na Síria.

Mesmo que Al-Jolani tenha anunciado a criação de um governo provisório e indicado um novo primeiro-ministro sírio, as primeiras discussões bilaterais na Síria têm se concentrado na figura do ex-membro da Al-Qaeda.

A primeira reunião envolvendo atores estrangeiros e o líder do grupo jihadista que tomou o poder na Síria, depois que uma guerra civil que fez o país sangrar por 13 anos, foi com enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para o país, Geir Pedersen.

Antes de chegar à Síria, Pedersen já havia sinalizado que o HTS poderia ser removido da listagem do terror da ONU por conta da nova realidade no país.

“Você tem que olhar para os fatos e ver o que aconteceu durante os últimos nove anos”, disse o enviado da ONU para a Síria. “Faz nove anos desde que a resolução foi adotada, e a realidade é que, até agora, o HTS e também os outros grupos armados têm enviado boas mensagens ao povo sírio”.

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Em seguida, Abu Mohammed Al-Jolani recebeu uma delegação do Reino Unido
E também manteve conversas com diplomatas da Alemanha
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Primeira reunião entre líder do HTS com autoridades internacionais foi com o enviado da ONU para a Síria

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Em seguida, Abu Mohammed Al-Jolani recebeu uma delegação do Reino Unido

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E também manteve conversas com diplomatas da Alemanha

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Durante encontro realizado em 15 de dezembro, o diplomata da ONU disse que a instituição apoia uma transição política na Síria que “inclua todos os sírios”. Al-Jolani, por sua vez, defendeu que a mudança no país deve ser trabalhada com “cuidado e precisão”, e pediu uma cooperação que foque em resolver os problemas enfrentados pelo povo sírio e na integridade territorial.

Assim como a ONU, os governos do Reino Unido e da Alemanha também enviaram representantes para conversas com o governo interino sírio.

Liderada pela representante especial do Reino Unido para a Síria, Ann Snow, a delegação de Londres manteve conversas com Al-Jolani em 16 de dezembro. Antes disso, a chancelaria do país revelou ter mantido contato diplomático direto com o HTS.

Seguindo o exemplo dos britânicos, diplomatas da Alemanha também estiveram em Damasco para uma reunião com Al-Jolani.

Além de promessas de cooperação e de fotos oficiais com o líder do HTS – classificado como terrorista por alguns governos –, o teor das discussões entre diplomatas europeus e a administração interina da Síria não foi divulgado por nenhuma das partes envolvidas.

Estados Unidos e União Europeia

O governo dos Estados Unidos e a União Europeia (UE) ainda não enviaram representantes para reuniões em Damasco, mas já sinalizaram que vão procurar se envolver, de forma mais direta, com os rebeldes sírios.

Dias depois de o HTS chegar ao poder, Antony Blinken revelou que os EUA mantiveram “contato direto” com o grupo jihadista que derrubou Assad. O chefe da diplomacia norte-americana, no entanto, não quis entrar em detalhes.

Enquanto isso, a representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, anunciou que um diplomata do bloco foi instruído a buscar o diálogo com o governo provisório do HTS.

A aproximação do Ocidente com os rebeldes sírios surge em meio a promessas de que um governo moderado será implantado na Síria, após o país ser comandado a mãos de ferro pela família Assad por cinco décadas.

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