ONU demite funcionários por envolvimento em ataques do Hamas a Israel
Apuração dos fatos começou em janeiro, após alegações de Israel de que funcionários da agência estiveram envolvidos em ataques terroristas
atualizado
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O Escritório de Serviços de Supervisão Interna da ONU (Oios) concluiu, nesta segunda-feira (5/8), uma investigação sobre 19 funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa). Para a instituição, há provas de que nove empregados podem estar envolvidos nos ataques armados do Hamas, em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel.
Foi anunciado que esses indivíduos serão desligados da agência. A apuração dos fatos realizada pelo mais alto órgão de investigação do sistema da ONU foi iniciada em janeiro de 2024.
O Oios apresentou conclusões sobre cada um dos 19 empregados da Unrwa. Não foi encontrada nenhuma prova que apoie as alegações do envolvimento de um destes funcionários.
Em outros nove casos, as provas obtidas foram consideradas insuficientes para constatar o envolvimento dos empregados. Portanto, em relação a esses 10 casos, serão tomadas “medidas apropriadas”, em conformidade com os Regulamentos e as Regras da Unrwa.
Investigação independente
Em abril deste ano, foi divulgado ainda um relatório independente que investigou a alegação de Israel sobre um eventual envolvimento de “um número significativo” de funcionários da Unrwa com organizações terroristas.
O documento de 54 páginas, liderado pela ex-ministra das Relações Exteriores da França Catherine Colonna, afirma que “Israel não forneceu provas” das acusações. O relatório concluiu que a agência da ONU dispõe de diversas ferramentas para garantir que permanece imparcial no seu trabalho.
Novos ataques
O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) relatou que, nas últimas 48 horas, três escolas que abrigavam pessoas deslocadas na Cidade de Gaza teriam sido atingidas, resultando em dezenas de vítimas, segundo a Defesa Civil Palestina.
No domingo, militares israelenses emitiram uma nova ordem de evacuação para as pessoas que vivem nas áreas do sul de Khan Younis e do norte de Rafah, para que se deslocassem imediatamente para oeste, para Al Mawasi.
Estima-se que mais de 11 mil pessoas viviam nas áreas afetadas por esta nova ordem de evacuação.