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ONU: Brasil critica bombardeios a hospitais; Rússia nega autoria

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas se reuniu em caráter extraordinário para discutir a situação da crise ucraniana

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Conselho de Segurança da ONU se reúne num amplo salão em Nova Iorque. A mesa onde sentam-se os líderes é circular, a frente de um painel - Metrópoles
1 de 1 Conselho de Segurança da ONU se reúne num amplo salão em Nova Iorque. A mesa onde sentam-se os líderes é circular, a frente de um painel - Metrópoles - Foto: Reprodução

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu em caráter extraordinário para discutir a situação da crise ucraniana provocada pela guerra.

O embaixador João Genésio Almeida, representante do Brasil na ONU,  condenou os recentes ataques a hospitais na Ucrânia. Já o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, negou a autoria dos bombardeios.

Clique aqui e leia a cobertura completa da guerra na Ucrânia. 

João Genésio Almeida classificou como “preocupante” esse tipo de ação e alertou: “São uma violação das leis humanitárias”.

O diplomata brasileiro voltou a pedir um imediato acordo de paz entre os dois países. “Só com um cessar-fogo abrangente e respeitado é que será possível dar acesso rápido e seguro de assistência humanitária àqueles que precisam”, concluiu.

Russos se defendem

Vasily Nebenzya negou os ataques a uma maternidade e a um teatro que atingiram civis na cidade de Mariupol. Segundo o russo, as imagens dos ataques e das vítimas, divulgadas pela imprensa ocidental, seriam “propaganda”.

O embaixador declarou que a maternidade servia como uma base militar para os ucranianos. Já no caso do teatro, ele diz que o espaço foi atacado por forças ucranianas que teriam mantido mulheres e crianças reféns.

A Rússia desistiu de colocar em votação, nesta sexta-feira, um projeto de resolução do Conselho de Segurança pedindo acesso à ajuda e proteção civil na Ucrânia. Segundo os russos, há uma “pressão sem precedentes” contra a medida.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

A reunião

Países ocidentais convocaram a reunião emergencial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater a catástrofe humanitária provocada pela guerra na Ucrânia.

Reino Unido, Estados Unidos, Albânia, França, Noruega e Irlanda pediram a reunião, que foi marcada para a tarde desta quinta-feira (17/3).

“A Rússia está cometendo crimes de guerra e atacando civis. A guerra ilegal da Rússia na Ucrânia é um perigo para todos nós”, justificou a missão diplomática britânica na ONU, em comunicado.

O país liderado por Vladimir Putin já foi duramente criticado no Conselho de Segurança e teve uma resolução que condena a guerra aprovada em reunião extraordinária da Assembleia Geral da ONU.

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