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ONU: ataques de Israel contra refugiados são possíveis crime de guerra

Segundo equipes de resgate, famílias inteiras foram dizimadas. ONU diz que bombardeios de Israel podem constituir “crimes de guerra”

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Foto colorida de cenário após ataque de Israel a Faixa de Gaza - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de cenário após ataque de Israel a Faixa de Gaza - Metrópoles - Foto: Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

Na quarta-feira (1º/11), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse estar “chocado” com os ataques ao campo de Jabaliya, que foi alvo de novos bombardeios na terça (31/10) e quarta-feira. Os ataques deixaram 195 mortos, 777 feridos e 120 desaparecidos, segundo o Hamas.

De acordo com as equipes de resgate, “famílias inteiras” foram dizimadas. Segundo o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, os bombardeios podem constituir “crimes de guerra”, “dado o grande número de mortos e a destruição”.

Egito prepara retirada de estrangeiros

Em uma reunião com diplomatas estrangeiros, o vice-ministro das Relações Exteriores do Egito, Ismail Khairat, disse nesta quinta-feira (2/11) que o Egito está se preparando “para facilitar a recepção e retirada de cidadãos estrangeiros de Gaza através da travessia de Rafah”, a única que não é controlada por Israel.

Segundo ele, o grupo inclui “cerca de 7.000 estrangeiros” de “mais de 60 nacionalidades”, de acordo com um comunicado divulgado pelo ministério nesta quinta (2/11).

Na quarta-feira, 76 palestinos (46 feridos e 30 acompanhantes) e mais de 300 estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade conseguiram deixar Gaza através da passagem.

Entre os estrangeiros estavam italianos e franceses. O presidente americano, Joe Biden, disse que americanos também integravam o grupo e garantiu que foi graças à liderança dos Estados Unidos e à ajuda do Catar que a retirada foi possível.

Netanyahu promete vitória contra Hamas

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu “vitória” contra o Hamas. O movimento islâmico tem uma escolha entre “morrer ou se render incondicionalmente”, disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, na quarta-feira.

“O povo palestino merece paz e segurança. Em vez disso, eles estão sendo usados como escudos humanos”, disse o porta-voz militar israelense, Richard Hecht.

A guerra contra o Hamas, que entrou em seu 27º dia nesta quinta-feira (2/11), teve início após o ataque do movimento islâmico em 7 de outubro em Israel a partir da Faixa de Gaza, controlada pelo grupo extremista.

Desde então, o exército israelense tem bombardeado o enclave de 362 km², que está cercado, e onde vivem 2,4 milhões de palestinos. As forças israelenses vêm intensificando as operações terrestres há quase uma semana.

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Prédio destruído após ataque de Israel contra a Faixa de Gaza
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Dezenas de combatentes mortos

O exército israelense disse nesta quinta-feira que matou “dezenas” de combatentes durante a noite, depois que “terroristas no norte da Faixa de Gaza dispararam e detonaram explosivos e lançaram granadas.

Segundo Israel, Ibrahim Biari, um dos líderes do Hamas, morreu neste bombardeio.

Situação piora em hospitais

Mohammed Abu Selmeya, diretor do Hospital al-Shifa, de Gaza, o maior do território, alertou sobre o risco de “desligamento do gerador principal” devido à falta de combustível.

“Se esse gerador parar, bebês poderão morrer dentro de incubadoras, assim como pacientes em unidades de terapia intensiva e que estão sendo operados em salas de cirurgia.”

Outros estabelecimentos, como um hospital de tratamento de câncer financiado pela Turquia, está fora de serviço por conta da escassez de combustível e danos causados por ataques aéreos na área, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A área ao redor do Hospital Al-Quds, na Cidade de Gaza, também foi palco de intensos bombardeios por mais de duas horas, informou o Crescente Vermelho palestino na noite de quarta.

Mais de 20 mil feridos em casa

Mais de 20.000 feridos continuam em Gaza, “com acesso limitado a tratamentos”, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). O Ministério da Saúde do Hamas anunciou na quarta-feira que 8.796 pessoas, incluindo 3.648 crianças, foram mortas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro.

De acordo com a fonte, 132 profissionais de saúde morreram e mais de 2.000 pessoas estão desaparecidas sob os escombros.

Na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, mais de 125 palestinos foram mortos por soldados ou colonos israelenses desde 7 de outubro, segundo a Autoridade Palestina.

Em Israel, mais de 1.400 pessoas morreram, a maioria civis, no ataque do Hamas que deu início à guerra, segundo as autoridades.

Pelo menos 240 pessoas foram sequestradas pelo Hamas e levadas para Gaza, segundo o governo israelense. Quatro mulheres foram libertadas até o momento e dezesseis soldados israelenses foram mortos.

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