ONU aponta que 121 milhões de gestações por ano são indesejadas
Relatório do Fundo de População da ONU mostra que 60% dessas gestações são interrompidas, sendo 45% dos abortos realizados precariamente
atualizado
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O relatório “O Estado da População Mundial 2022”, divulgado nessa terça-feira (30/3) Fundo de População da Organização (Unfpa) das Nações Unidas (ONU), informa que 121 milhões de gestações, por ano, não são planejadas e 60% delas são interrompidas, sendo 45% dos abortos realizados de forma precária.
Cerca de 6% de todas as mulheres do mundo passam, por ano, por uma gravidez não planejada. De acordo com a agência da ONU, a gestação de forma intencional não significa que há uma falha pessoal, mas sim uma falta de autonomia permitida pela sociedade.
Para a diretora do escritório de Genebra do Fundo das Nações Unidas para a População, Mónica Ferro, há vários fatores relacionados a gestações indesejadas, como pobreza, níveis baixos de escolaridade, participação no mercado de trabalho e exposição à violência.
“É uma crise invisível que se desenrola perante os nossos olhos. É um custo insuportável para as pessoas e para o mundo. Uma em cada duas gestações ocorre no corpo de pessoas que não escolheram deliberadamente a gravidez ou a maternidade, que não estavam abertas à perspectiva de ter uma criança naquele momento, com aquele companheiro, naquela circunstância”, ressalta a diretora.
Aproximadamente 257 milhões de mulheres que desejam evitar uma gravidez não utilizam métodos contraceptivos modernos e seguros, de acordo com a Unfpa.
A Unfpa reforça ainda que em países onde há dados disponíveis quase um quarto das mulheres não consegue dizer “não” a uma relação sexual.