ONG acusa regime Maduro de assassinatos e detenções em massa
Human Rights Watch (HRW) diz que regime Maduro é responsável por uma onda de assassinatos e violações contra opositores após as eleições
atualizado
Compartilhar notícia
O governo Nicolás Maduro é acusado de estar por trás de uma onda de assassinatos, violações aos direitos humanos, detenções arbitrárias e perseguição contra opositores após as eleições presidenciais na Venezuela, no último dia 28 de julho. As acusações contra o regime chavista constam em um relatório da Human Rights Watch, divulgado nesta quarta-feira (4/9).
Segundo a ONG de direitos humanos, os principais alvos das autoridades têm sido aqueles que contestam a polêmica reeleição de Nicolás Maduro.
Além de autoridades ligadas ao Estado, a HRW afirma que grupos armados pró-governo também cometeram abusos contra opositores e manifestantes, que tomaram as ruas da Venezuela em protestos contra o governo chavista.
Segundo Juanita Goebertus, diretora da HRW para as Américas, a repressão atual na Venezuela é “assustadoramente brutal”.
“A comunidade internacional deveria tomar medidas urgentes para garantis que os venezuelanos possam protestar pacificamente e que seus votos sejam respeitados”, declarou Goebertus.
Ao todo, a Human Rights Watch calcula que 24 pessoas foram mortas durante as manifestações, com 11 dos casos tendo sido investigados de forma independente pela própria ONG.
Além disso, mais de 2,4 mil pessoas foram presas por protestarem contra o regime Maduro na Venezuela, entre eles mais de 100 adolescentes menores de idade.
“Promotores acusaram centenas de pessoas de crimes que, por vezes, são definidos de forma genérica e imputam penas severas, como ‘incitação ao ódio’, “resistência à autoridade” e ‘terrorismo'”, diz um trecho do relatório.
Além da violência, a HRW acusa o governo Maduro de usar outras táticas para reprimir opositores. Entre elas, o cancelamento de passaportes e o incentivo para que cidadãos denunciem manifestantes.
Medidas urgentes
No relatório, a ONG de direitos humanos pediu que a comunidade internacional adote medidas “urgentes” contra o governo Maduro e a onda de violência e repressão na Venezuela.
Um dos primeiros pedidos é a pressão para que as atas eleitorais, que podem atestar ou não a vitória do líder chavista, sejam divulgadas.
A HRW ainda instou governos a incentivarem o respeitos aos direitos humanos na Venezuela, a imporem sanções contra os responsáveis por violações no país e a ampliação do acesso ao refúgio de venezuelanos.