OMS diz ter suprimentos, mas reclama que Gaza está bloqueada
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, apelou para que Israel permita a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza
atualizado
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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, durante coletiva realizada nesta quarta-feira (10/1), que a prestação de ajuda humanitária na Faixa de Gaza continua a enfrentar “desafios quase intransponíveis”.
A organização diz ter suprimentos, equipes e planos de ação disponíveis para fornecer ajuda em Gaza — território palestino que sofre com cerco total de Israel, desde a escalada do conflito humanitário entre o governo israelense e o grupo extremista Hamas.
Segundo Ghebreyesus, a OMS precisou cancelar seis missões planejadas ao norte de Gaza desde 26 de dezembro, época na qual foi realizada a última missão na região. Ele alega que os pedidos de entrada foram rejeitados e, além disso, não houve garantia de segurança no local.
“Apelamos a Israel para que aprove os pedidos da OMS e de outros parceiros para a entrega de ajuda humanitária”, disse o diretor-geral do órgão de saúde internacional.
Na declaração, Ghebreyesus segue pedindo por um cessar-fogo e pela libertação de reféns. Além disso, ele enfatizou que é necessário a criação de corredores para permitir a passagem segura da ajuda humanitária e dos trabalhadores.
“Continuamos a apelar a todas as partes para que protejam os cuidados de saúde, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional. Os cuidados de saúde devem ser sempre protegidos e respeitados; não pode ser atacado e não pode ser militarizado”, prosseguiu.
Israel é acusado de genocídio
Israel enfrenta na Corte Internacional de Justiça (CIJ), também conhecida como Tribunal de Haia, a acusação de promoção de “genocídio” contra palestinos na Faixa de Gaza — centro do conflito entre as forças armadas israelenses e as brigadas armadas do Hamas.
Em 29 de dezembro do ano passado, a África do Sul recorreu ao tribunal internacional e acusou o governo israelense de promover o “genocídio”.
No documento do processo, que conta com mais de 80 páginas, a nação africana descreve que “a omissão de Israel tem caráter genocida”.
Contudo, Israel afirma que a alegação é infundada, classificando-a como uma “difamação de sangue”.
Em nota, o Ministério dos Assuntos Estrangeiros argumentou que a África do Sul promove uma “vil exploração e barateamento” da Corte. O estado israelense acusa o país africano de apoiar o Hamas.