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OMS alerta para risco nuclear e falta de socorro a feridos na Ucrânia

“A situação humanitária é muito desafiadora. A crise de saúde não vai parar agora, a não ser que haja um cessar-fogo”, diz entidade

atualizado

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Soldados tentam salvar a vida de civíl jogado no chão após bombardeio russo. Ao lado, estirados, estão os corpos de seus familiares mortos - Metrópoles
1 de 1 Soldados tentam salvar a vida de civíl jogado no chão após bombardeio russo. Ao lado, estirados, estão os corpos de seus familiares mortos - Metrópoles - Foto: Andriy Dubchak / dia images via Getty Images

A Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (9/3) para fazer alertas sobre os desdobramentos da guerra na Ucrânia. A falta de atendimento a feridos e os riscos de um acidente nuclear foram os principais temas.

Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, e Mark Ryan, diretor-executivo da entidade, mostraram extrema preocupação com o país que está sob ataque desde 24 de fevereiro.

Com o Exército russo controlando e bombardeando usinas nucleares, segundo acusações do governo ucraniano, as autoridades sanitárias alertaram o perigo de vazamentos de materiais radioativos.

Clique aqui e veja a cobertura completa da guerra na Ucrânia. 

“Todos os países têm planos de emergência para casos de eventos nucleares. No caso de um eventual acidente, temos plano para lidar com a crise, mas esse é um evento terrível”, ponderou Mark Ryan.

Outro problema indicado pela OMS é a falta de assistência aos feridos na guerra, além das dificuldades de se entregar remédios e ajuda humanitária.

“Estão [Exército russo] dificultando o acesso. A situação humanitária é muito desafiadora. A crise de saúde não vai parar agora, a não ser que haja um cessar-fogo. A guerra engoliu sistema de saúde da Ucrânia”, concluiu.

Por fim, Mark Ryan sinalizou que a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, continua matando e infectando no país. Segundo o executivo, 731 uranianos morreram, na última semana, com a enfermidade.

Desdobramentos da guerra

O presidente russo, Vladimir Putin, está irritado com as sanções econômicas que a Rússia tem sofrido e tem usado o alto escalão do governo para mandar recados ao Ocidente. Principalmente, aos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira (9/3), em pronunciamento no Kremlin, sede do governo, o porta-voz russo, Dmitry Peskov, disse que o país “foi, é e será” um fornecedor de energia confiável. Ele garantiu que a venda de energia continua, mas deu a entender que isso pode mudar.

Guerra na Ucrânia: Biden proíbe compra de petróleo russo nos EUA

Ele acrescentou: “Os Estados Unidos definitivamente declararam guerra econômica contra a Rússia e estão travando essa guerra”, frisou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Trégua desrespeitada

O governo ucraniano voltou a acusar o Exército russo de atacar corredores verdes, que são rotas de fuga humanitárias. A Europa, desde o início da invasão, vive uma crise de refugiados. Somente nas últimas 24 horas, 140 mil pessoas deixaram a Ucrânia.

Nesta quarta-feira (8/3), o governo de Kharkiv informou que a retirada de moradores de Izyum não está ocorrendo por conta dos bombardeios russos ininterruptos.

Em Mariupol, todas as tentativas até agora foram frustradas por causa dos ataques incessantes, apesar do acordo de trégua. A guerra não fica somente no front militar. Russos e ucranianos trocam sucessivas acusações de furarem o cessar-fogo.

A tensão ocorre em meio à reação em cadeia que a guerra causa. Os Estados Unidos proibiram que empresas norte-americanas comprem petróleo russo. A Rússia, irritada, reagiu e proibiu a venda de matérias-primas — o Kremlin ainda vai divulgar quais são exatamente e quais países escaparão do banimento.

Fuga

Em Enerhodar, alguns civis, em sua maioria mulheres e crianças, foram retirados por um corredor humanitário, disse o prefeito. A cidade abriga a maior usina nuclear da Europa, que está sob domínio dos russos.

Moradores de Sumy conseguiram sair pelo segundo dia consecutivo, segundo o prefeito da cidade, em declaração repercutida por agências internacionais de notícias.

O vice-primeiro-ministro ucraniano, Iryna Vereshchuk, disse que as forças armadas russas concordaram em parar de atacar áreas de corredores humanitários das 9h às 21h do horário local (das 4h às 16h no horário de Brasília) desta quarta-feira.

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