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Ofensiva de Israel ao sul de Gaza fecha o cerco contra o Hamas

O anúncio de Israel preocupou palestinos, que se concentraram no sul de Gaza para fugir das operações ao norte do enclave

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Imagem colorida mostra bombardeio após fim da trégua entre israel e o Hamas - metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra bombardeio após fim da trégua entre israel e o Hamas - metrópoles - Foto: Amir Levy/Getty Images

Israel deu início a uma nova fase na guerra contra o Hamas no início desta semana. As incursões terrestres israelenses, que até então se concentravam no norte da Faixa de Gaza, nessa segunda-feira (14/12), passarão a ter como alvo o sul do enclave palestino.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, defendeu a expansão das operações. “Vamos operar como fizemos até agora, contra o centro de gravidade do Hamas. Nós os perseguimos ao norte de Gaza, agora, estamos perseguindo o Hamas no sul de Gaza também”, explicou.

“Estamos operando na força máxima contra os terroristas do Hamas e suas infraestruturas, enquanto minimizamos os danos aos civis que o Hamas utiliza como escudo”, afirmou.

Hagari ressaltou que as tropas israelenses têm lançado na região panfletos com um QR Code que dá acesso a um mapa que indica áreas seguras para os civis da Faixa de Gaza permanecerem.

Ainda nesse domingo (3/12), Israel ordenou a evacuação de vários bairros na cidade de Khan Yunis. A região abriga um grande número de palestinos que fugiram do norte de Gaza, com a promessa de que estariam a salvo no sul. Pouco após a ordem, Israel bombardeou alvos na cidade.

Diante do acirramento no conflito, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, reiterou o pedido por um cessar-fogo humanitário, libertação de todos os reféns e a existência de um fluxo de ajuda humanitária em toda a Faixa de Gaza.

O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos (EUA), Jake Sulivan, lamentou que morreram muitos palestinos inocentes no conflito entre Israel e o Hamas. Ao comentar a medida, o representante do governo norte-americano disse que está em contato com Israel para garantir a proteção aos civis.

Evacuação do norte

O conflito entre Israel e o Hamas teve uma escalada no último dia 7 de outubro, quando o grupo extremista promoveu um ataque contra o território israelense. A ação resultou em mais de 1,2 mil mortos e 240 reféns. Desde então, Israel tem promovido uma série de retaliações à Faixa de Gaza, que é dominada pelo grupo. O número de mortos passa dos 15 mil no lado palestino.

Em meio à ofensiva ao enclave, em outubro, o governo de Israel anunciou que uma incursão de grandes proporções ao norte da Faixa de Gaza. Aliado a isso, as Forças de Defesa de Israel determinaram que os civis deveriam sair da região, para que não ficassem em meio ao fogo cruzado.

De acordo com relatório divulgado no domingo (3/12) pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, sigla em inglês), o número de pessoas deslocadas internamente é de, aproximadamente, 1,8 milhão, cerca de 78% da população total da região.

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ONU teme que situação em Gaza “mergulhe no profundo abismo” no Ramadã
Entre os libertados estão famílias de reféns
Um primeiro grupo de reféns recebeu liberdade na sexta (24/11) após acordo
A fumaça sobe depois que ataques israelenses aéreos, marítimos e terrestres atingiram áreas residenciais em Rafah, Gaza, em 23 de novembro de 2023
Palestinos vasculham os escombros de um prédio desabado em busca de sobreviventes e vítimas após o bombardeio israelense de Deir el-Balah, no centro da Faixa de Gaza, contra o Hamas
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Israel intensifica as operações militares em Gaza depois que uma trégua sustentada entre o Hamas e Israel não durou mais de uma semana, apesar das negociações diplomáticas e da libertação de prisioneiros

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ONU teme que situação em Gaza “mergulhe no profundo abismo” no Ramadã

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Entre os libertados estão famílias de reféns

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Um primeiro grupo de reféns recebeu liberdade na sexta (24/11) após acordo

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A fumaça sobe depois que ataques israelenses aéreos, marítimos e terrestres atingiram áreas residenciais em Rafah, Gaza, em 23 de novembro de 2023

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Palestinos vasculham os escombros de um prédio desabado em busca de sobreviventes e vítimas após o bombardeio israelense de Deir el-Balah, no centro da Faixa de Gaza, contra o Hamas

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Uma mulher caminha pelos escombros de prédios em Gaza

Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images

Fim da trégua

Na última sexta-feira (1°/12), chegou ao fim a trégua negociada entre Israel e o grupo extremista Hamas. A interrupção nos bombardeios e incursões terrestres durou sete dias, de 24 a 30 de novembro, o que permitiu a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Durante a vigência do acordo, o Hamas libertou 105 reféns que haviam sido capturados no ataque de 7 de outubro a Israel. Desse grupo, 81 são israelenses, e 24, estrangeiros, sendo estes negociados fora do acordo. Ainda assim, Israel estima que o número de reféns ainda sob custódia do Hamas e de outros grupos da região seja de 137.

O acordo firmado entre os dois lados do conflito previa que, em troca da libertação de reféns, Israel soltasse prisioneiros e detidos palestinos. Somados os sete dias de trégua, o lado israelense permitiu a soltura de 240 prisioneiros. A maior parte dos palestinos soltos é formada por mulheres e menores de 18 anos.

Além disso, houve um incremento significativo na entrada de ajuda humanitária em Gaza, o que representou um alívio na situação de crise humanitária instalada na região. A população do enclave palestino, estimada em mais de 2 milhões, lida com escassez de água, alimentos, remédios e combustíveis em razão de um cerco promovido por Israel.

Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a trégua chegou ao fim pelo Hamas ter violado os termos do acordo, ao não concordar com a libertação de mais reféns. De acordo com o gabinete de Netanyahu, o Hamas não libertou todas as mulheres reféns e ainda lançou foguetes contra Israel.

“Com o recomeço dos combates, enfatizamos que o governo israelense está empenhado em alcançar os objetivos da guerra: libertar os nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca representará uma ameaça para os residentes de Israel”, postou o gabinete do primeiro-ministro na sexta.

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