OEA condena Nicarágua por violência e exige busca pela paz
Segundo o embaixador do país, protestos são uma tentativa de “golpe de Estado”
atualizado
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O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou hoje (18) uma resolução de “condenação” e “grave preocupação” contra o governo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. Há três meses, o país vive em clima de guerra. Mais de 350 pessoas foram mortas. A OEA é formada por 34 países.
A resolução foi aprovada por 21 votos a favor, três contra, sete abstenções e três ausentes. O documento não responsabiliza o presidente da República, mas exige a busca pela paz, o fim da repressão e abusos, da ação dos grupos paralimilitares e da hostilidade contra religiosos e organizações civis.
O texto reitera a “enérgica condenação e sua grave preocupação” pelos atos de violência perpetrados por policiais e paramilitares em várias cidades nicaraguenses. Também exige o “desmantelamento dos grupos paramilitares” que atuam com consentimento do governo, segundo organizações não governamentais.
A resolução apela ao governo para que participe “ativamente e com boa fé” do diálogo nacional, mediado pela Igreja Católica. No texto, a OEA expressou sua rejeição à hostilidade sofrida por bispos que participaram do Diálogo Nacional, assim como os atos de violência contra organizações religiosas e educativas.
Defesa
O representante da Nicarágua na OEA, embaixador Luis Alvarado Ramírez, saiu em defesa de Ortega. Ele se recusou a aceitar a resolução e disse que a Nicarágua “rechaçava” a iniciativa.
Segundo o embaixador, está em curso uma tentativa de “golpe de Estado” no seu país que busca paralisar os avanços econômicos, sociais e a política humanitária do governo Ortega, consagrados pela Revolução Sandinista, que amanhã completa 39 anos.
Luis Alvarado afirmou ainda que existe um movimento para “desestabilizar” o governo nicaraguense. O diplomata responsabilizou grupos terroristas pela onda de violência que ocorre no país. Ministro Dias Toffoli, que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal a partir de setembro, não pretende pautar em 2018