“O silêncio não é aceitável”, diz arcebispo sobre abusos na Igreja
O Vaticano fará um encontro nomeado “A proteção das crianças na Igreja” para discutir denúncias de abusos cometidos por religiosos
atualizado
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O Vaticano promoveu nesta segunda-feira (18/2) uma entrevista coletiva para a imprensa para informar como será o encontro “A proteção das crianças na Igreja”, que discutirá as denúncias de abusos cometidos por religiosos contra crianças e adolescentes, nos dias 21 a 24 deste mês. Participarão representantes de conferências episcopais de 130 países e integrantes de grupos de vítimas. O Papa Francisco fará a abertura e o encerramento do encontro.
O secretário da Congregação para a Doutrina da Fé e membro da Comissão Organizadora, arcebispo de Malta Charles J. Scicluna, disse que o silêncio é inaceitável. “A negação é um mecanismo primitivo, mas devemos nos afastar do código de silêncio, quebrar a cumplicidade, porque o silêncio não é aceitável”.
O arcebispo destacou que, quando se trata de “proteger a inocência”, não é possível desistir. “A Igreja é um lugar seguro para todos, especialmente as crianças”, ressaltou. Segundo Scicluna, “não basta publicar os números, é preciso um estudo aprofundado para dar um contexto”.
Organização
Pela organização do encontro, os três dias de discussão serão dedicados a um tema específico: a responsabilidade dos bispos. Os participantes vão assistir três reportagens por dia seguidas de perguntas e respostas e trabalhos em grupo.
Haverá ainda testemunhos dos sobreviventes e momentos de oração, na abertura e no encerramento do dia. O papa Francisco abrirá os trabalhos com uma introdução e os fechará no domingo com um discurso após a missa.
O presidente da Fundação do Vaticano Joseph Ratzinger – Bento XVI , padre Federico Lombardi, fará reuniões privadas com representantes das associações de vítimas.
O encontro ocorre dias depois de o papa Francisco expulsar o ex-cardeal e arcebispo emérito de Washington (EUA), Theodore McCarrick, de 88 anos. (Com informações da rádio Vaticano)