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“O risco de morte em Kiev é bastante grande”, diz prefeito da cidade

Mesmo com a promessa de trégua por parte de Moscou, o norte e o leste ainda vivem uma situação delicada

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Reprodução/ Serviço de Emergência da Ucrânia/Facebook
Pessoa sendo retirada de dentro de áreas residenciais que foram atacadas por russos - Metrópoles
1 de 1 Pessoa sendo retirada de dentro de áreas residenciais que foram atacadas por russos - Metrópoles - Foto: Reprodução/ Serviço de Emergência da Ucrânia/Facebook

Tropas russas e ucranianas continuam em combate em Kiev, capital ucraniana. Mesmo com a promessa de trégua por parte de Moscou, o norte e o leste ainda vivem uma situação delicada.

Na manhã desta sexta-feira (1º/4), o prefeito da cidade, Vitaliy Klitschko, afirmou que os militares travam uma “grande batalha” e que o risco é alto.

“O risco de morte em Kiev é bastante grande, e meu conselho para qualquer um que queira voltar agora é: por favor, esperem um pouco mais”, alertou.

Mais cedo, governadores das regiões de Kiev e Chernihiv disseram que tropas russas começaram a recuar em algumas áreas, depois de a Rússia ter prometido em 29 de março.

Ataque à Rússia

No 37º dia da guerra entre Rússia e Ucrânia, um depósito de petróleo em Belgorod, cidade russa a cerca de 40 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, foi incendiado. O ataque ocorre em meio a negociações de cessar-fogo entre os dois países e pode atrapalhar as conversas.

O governador da região, Vyacheslav Gladkov, disse que “o incêndio no depósito de petróleo ocorreu como resultado de um ataque aéreo de dois helicópteros das Forças Armadas da Ucrânia, que entraram no território da Rússia em baixa altitude”.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Os Ministérios da Defesa da Ucrânia e da Rússia ainda não fizeram menção ao ataque em seus informes desta sexta-feira. Segundo o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, o presidente Vladimir Putin já foi informado da situação.

Peskov disse ainda que “o incêndio no depósito de petróleo em Belgorod não cria condições confortáveis para a continuação das negociações entre a Rússia e a Ucrânia”.

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