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O principal suspeito do caso de uma brasileira de 43 anos encontrada morta, no sábado (13/1), na cama de um hotel em Paris, na França, é ativamente procurado pela polícia francesa.
O corpo da vítima, que se chamava Maria Rita, foi encontrado por uma camareira e apresentava um corte profundo no pescoço. Outras duas brasileiras que estavam hospedadas no mesmo estabelecimento foram detidas no domingo (14) quando tentavam deixar a França.
O Ministério Público de Paris abriu uma investigação por homicídio doloso. O caso foi revelado pelo jornal Le Parisien. De acordo com o veículo, a polícia francesa foi chamada pelo Hotel Europe, localizado na Rue des Moines.
O corpo de Maria Rita, cujo sobrenome não foi divulgado à imprensa, estava estendido de bruços na cama, com um ferimento letal no pescoço, como se tivessem tentado degolá-la, descreveu o jornal. A agência AFP informou que havia indícios de que ela tentou se defender.
O que aconteceu?
Quando a camareira chegou, a porta do quarto não estava trancada. Havia manchas de sangue espalhadas no banheiro e em toalhas de banho. Nenhuma arma foi encontrada no hotel. Depois que a polícia técnica recolheu todos os indícios necessários para esclarecer as circunstâncias da morte, o corpo de Maria Rita foi levado para o Instituto Médico Legal de Paris, onde passa por autópsia.
Testemunhas são detidas em aeroporto
Segundo o Le Parisien, na manhã de domingo (14), por volta de 9h, os investigadores conseguiram deter no Aeroporto Internacional Charles-de-Gaulle-Roissy as duas brasileiras que estiveram hospedadas no mesmo hotel, praticamente ao mesmo tempo que Maria Rita.
As mulheres, de 27 e 37 anos, tentavam embarcar em um avião para deixar a França. Elas permanecem sob custódia da polícia e são interrogadas como testemunhas do caso. Os investigadores não sabem se o principal suspeito continua foragido ou se conseguiu deixar o território francês.
A vítima se hospedou nesse hotel do 17° distrito de Paris no dia 7 de janeiro. Um homem de nacionalidade brasileira se instalou no local no mesmo dia, mas eles ficaram em quartos diferentes. Dois dias depois, as outras duas brasileiras, agora interrogadas como testemunhas, alugaram quartos no hotel.
Turismo, prostituição ou tráfico?
Citando uma fonte próxima das investigações, o Le Parisien diz que a Polícia Judiciária suspeita que o grupo de brasileiros não estava em Paris para turismo. “Parece mais um caso relacionado com prostituição”, disse uma fonte, já que todos os envolvidos têm sobrenomes diferentes, não são da mesma família e se instalaram em uma área da cidade onde existem hotéis que acolhem esse tipo de atividade.
O caso tem repercussão na mídia francesa. Abaixo das reportagens, nos comentários postados por internautas franceses, alguns revelam discriminações em relação às mulheres brasileiras.
Consulado do Brasil em Paris acompanha o caso
Autoridades do Consulado Brasileiro em Paris disseram à RFI que acompanham o caso dentro dos limites permitidos pela investigação, que ainda está em fase preliminar. Até a publicação deste texto, nenhum familiar dos envolvidos solicitou assistência consular.