O que se sabe sobre o acordo de trégua entre Israel e Hamas
Quantos reféns foram liberados, o que vai acontecer quando acabar o acordo, como a trégua foi alcançada: veja respostas para essas questões
atualizado
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Na madrugada desta quarta-feira (22/11), ainda noite no horário de Brasília, Israel e o grupo extremista Hamas entraram em acordo de cessar-fogo temporário. Foi o primeiro desde o dia 7 de outubro, quando começou o conflito no Oriente Médio.
O acordo prevê que, em troca da libertação de parte dos reféns capturados em Israel, o governo israelense liberte prisioneiros palestinos e promova pausa humanitária na Faixa de Gaza. As tratativas contaram com a mediação do Catar e o apoio dos Estados Unidos.
Confira alguns pontos sobre o acordo da trégua.
O que está no acordo?
Serão quatro dias de cessar-fogo, observadores com a mediação do Catar e o apoio dos EUA. Durante esse período, 50 mulheres e crianças mantidas reféns pelo Hamas desde o dia 7 de outubro serão libertadas. Segundo os EUA, há três norte-americanos no grupo, inclusive uma menina de 4 anos. A saída dessas pessoas deve acontecer até a quinta-feira (23/11).
Já Israel vai soltar 150 prisioneiros palestinos, entre mulheres e menores de idade. O cessar-fogo pode ser prorrogado por mais um dia a cada 10 reféns israelenses liberados.
Também está liberada a entrada de centenas de caminhões de ajuda na Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito, em Rafah. Eles podem entrar com comida, medicamentos e combustível, entre outros materiais.
Não haverá ataque aéreo por parte de Israel no sul de Gaza, mas as ofensivas estão liberadas no norte do território durante seis horas por dia. Os israelenses se comprometeram a não entrar com veículos militares em Gaza durante o cessar-fogo. Prometeram ainda que não vão efetuar prisões no decorrer desse período.
Os números da guerra
O confronto entre Israel e Hamas dura seis semanas.
De acordo com as autoridades de Gaza, 14.128 palestinos morreram. Pelo lado de Israel, foram mais de 1.200 pessoas, a maior parte durante os ataques do Hamas em 7 de outubro.
Por que o acordo foi feito?
Israel, e especialmente o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, se encontra sob severa pressão interna e externa.
Internamente, além dos questionamentos sobre a falta de ação do governo nos ataques de 7 de outubro, a população e a oposição cobram a libertação dos reféns feitos pelo Hamas. As famílias dos presos vêm fazendo muito barulho por causa disso, inclusive se reunindo com autoridades israelenses.
Externamente, a péssima situação humanitária vivida pelos palestinos em Gaza é questionada o tempo todo por governos, como o do Brasil, e entidades no mundo inteiro, como a ONU. Tanto os bombardeios quanto os ataques aéreos têm feito muitas vítimas civis.
Imagens de mulheres e crianças mortas, de destruição de residências e de invasão a hospitais fizeram com que pesquisas de opinião pelo planeta mostrassem questionamentos em relação às ações israelenses.
Depois do acordo, a guerra acaba?
Não. Na verdade, Israel espera que o Hamas aproveite o cessar-fogo para se reorganizar. Além disso, os israelenses acreditam que fizeram grandes avanços, principalmente no norte de Gaza, e não querem parar com isso até que o Hamas seja dizimado.
O próprio Netanyahu afirmou que a guerra continua: “Não vamos parar depois do cessar-fogo”.