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NYT questiona fala de Bolsonaro: “O holocausto pode ser perdoado?”

Presidente de Israel e Museu do Holocausto rebateram declaração do chefe de Estado brasileiro: “Nós nunca perdoaremos e nunca esqueceremos”

atualizado

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Alan Santos/PR
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1 de 1 bolsonaro jerusalem - Foto: Alan Santos/PR

“Nós podemos perdoar, mas não podemos esquecer”, disse o presidente jair Bolsonaro (PSL), na última quinta-feira (11/4), comentando sua ida ao Museu do Holocausto, durante a viagem oficial a Israel. A declaração, que rendeu uma nota de repúdio do museu, foi repercutida pelo jornal norte-americano The New York Times neste domingo (14/4).

O periódico destacou a indignação de Israel após a declaração do brasileiro em encontro com pastores evangélicos no Rio de Janeiro. A afirmação do chefe de Estado brasileiro fez com que o museu Yad Vashem, que homenageia as vítimas do genocídio de cerca de seis milhões de judeus cometido pelos nazistas, soltasse um comunicado em que diz discordar de Bolsonaro. “Não é direito de nenhuma pessoa determinar se crimes hediondos do Holocausto podem ser perdoados”.

Para o presidente brasileiro, é possível “perdoar” o Holocausto, mas é necessário lembrar para não se repetir erros do passado. “Nós podemos perdoar, mas não podemos esquecer. E é minha essa frase: quem esquece seu passado está condenado a não ter futuro. Se não queremos repetir a história que não foi boa, vamos evitar com ações e atos para que ela não se repita daquela forma”, disse o presidente brasileiro aos líderes evangélicos.

Durante a visita a Israel, logo após visitar o Yad Vashem, Bolsonaro também afirmou que o nazismo foi um movimento de esquerda, contrariando o que diz o museu, que descreve a origem do nazismo em movimentos radicais de direita.

O presidente israelense Reuven Rivlin, filiado ao Likud, partido da direita israelense ao qual também pertence o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, comentou, em tom crítico, a declaração de Bolsonaro sem citar o seu nome: “Nós nunca perdoaremos e nunca esqueceremos”, escreveu no Twitter. Rivlin acrescentou que líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro e historiadores descrevem o passado e pesquisam o que aconteceu. “Nenhum deveria vagar pelo território do outro”, completou.

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