Número de mortos por calor em peregrinação a Meca sobe para 1.081
Países como Egito, Paquistão, Índia, Jordânia, Indonésia, Irã, Tunísia e outros relataram perdas de cidadãos durante a peregrinação
atualizado
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A cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita, enfrenta uma tragédia durante a peregrinação anual. O número de mortos ultrapassou 1 mil devido a uma intensa onda de calor, segundo balanço da agência de notícias AFP divulgado nesta quinta-feira (20/6).
No total, 1.081 pessoas de diversas nacionalidades morreram desde o início das celebrações, na semana passada, em meio a temperaturas que chegaram a passar de 50ºC.
Meca, um dos centros religiosos mais importantes do Islã e parte fundamental dos cinco pilares da fé islâmica, atrai muçulmanos de todo o mundo para o Hajj, o período de peregrinação anual determinado pelo calendário lunar.
Este ano, coincidindo com o início do verão no Hemisfério Norte, a Arábia Saudita enfrenta uma onda de calor severa, agravando as condições para os peregrinos.
A situação é agravada também pela presença de peregrinos em situação irregular, estimados em 630 das vítimas. Estes indivíduos, privados dos recursos e dos locais com ar-condicionado fornecidos pelas autoridades sauditas, são particularmente vulneráveis às condições climáticas extremas.
Países relatam perdas de cidadãos em peregrinação
Países como Egito, Malásia, Paquistão, Índia, Jordânia, Indonésia, Irã, Senegal, Tunísia e Curdistão iraquiano relataram perdas de cidadãos durante a peregrinação deste ano.
O governo saudita, que limita o número de peregrinos por país por meio de um sistema de cotas, concedeu vistos a 1,8 milhão de fiéis este ano, mas muitos optam por entrar no país por vias não oficiais, enfrentando condições ainda mais desafiadoras.
À AFP um diplomata descreveu a situação dos fiéis durante a escalada ao Monte Arafat, uma colina próxima a Meca, onde, segundo a tradição islâmica, Maomé proferiu seu último sermão: “As pesssoas estavam exaustas.”
Entre os peregrinos egípcios, a causa predominante de morte foi atribuída ao calor extremo, que desencadeou problemas de saúde graves. O centro nacional meteorológico informou que o termômetro chegou a atingir a temperatura de 51,8ºC na Grande Mesquita de Meca.