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Número de mortos após enchentes na Espanha sobe para 222

Maior parte das mortes está concentrada na região Valência, onde o governo local vem sendo alvo de protestos e acusações de lentidão

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Foto colorida dos estragos deixados pela chuva em Valencia, na Espanha - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida dos estragos deixados pela chuva em Valencia, na Espanha - Metrópoles - Foto: Blazquez Dominguez/Getty Images

As autoridades da Espanha elevaram neste domingo (10/11) para 222 o número provisório de vítimas confirmadas devido às fortes chuvas torrenciais do fim de outubro que castigaram sobretudo Valência, onde o governo local vem sendo alvo de protestos e acusações de lentidão na reposta ao desastre.

Só nessa região do leste da Espanha o total de mortos chega a 214. As demais vítimas são sete pessoas que morreram na região fronteiriça de Castela-Mancha (centro) e mais uma na Andaluzia (sul).

Desse total, 195 corpos já foram identificados e 140 foram entregues a familiares.

Além disso, 36.803 pessoas tiveram que ser resgatadas de situações perigosas, segundo a última atualização dos dados oficiais sobre os efeitos da grande tempestade e das graves inundações que se seguiram em 29 de outubro.

O número total de municípios afetados é de 78, dos quais 75 estão em Valência, dois em Castela-Mancha e um na Andaluzia.

Além dos danos pessoais, a catástrofe natural causou perdas materiais multimilionárias em propriedades privadas de todos os tipos (casas, automóveis, empresas e explorações agrícolas) e em infraestruturas e serviços públicos (estradas, linhas ferroviárias, telefonia e fornecimento de energia), que estão sendo restaurados aos poucos.

Os 156.126 pedidos de indenização feitos ao Consórcio de Compensação de Seguros dão uma ideia da extensão dos efeitos da tragédia. Destes, 50.679 correspondem a residências e 92.779 a veículos.

Desde o início da crise, 343 pessoas foram presas por crimes como saques.

Protestos

No sábado, milhares de manifestantes pediram a saída do governador da comunidade autônoma de Valência, Carlos Mazón, e da sua’número dois, Susana Camarero, acusando o governo regional de ter sido muito lento na resposta à catástrofe que atingiu a província.

Ao falar numa coletiva de imprensa para fazer um balanço da defesa civil, Susana Camarero disse que a queda do governo “não é uma opção” e que o objetivo é trabalhar na recuperação e reconstrução da área devastada.

Por seu turno, Carlos Mazón (PP, centro-direita) disse que respeita a manifestação de sábado, partilha “essa dor” e lamentou os distúrbios e atos de vandalismo.

Também neste domingo, o PP nacional manifestou o seu apoio, a partir de Madri, ao executivo regional que “se tem defendido em todos os momentos” perante um governo nacional (PSOE, centro-esquerda), que “se recusou a assumir-se na maior emergência nacional de Espanha” dos últimos anos.

No sábado, 130 mil pessoas concentraram-se em Valência para contestar a resposta do governo regional na gestão da crise, uma crítica que Susana Camarero disse compreender.

“Lamentamos que a dor das pessoas afetadas esteja a ser politizada. Dói-nos como governo que tenha havido grupos violentos que, no final de uma manifestação pacífica que mostrava essa dor, tenham provocado distúrbios e atos de vandalismo que desvirtuam o objetivo da manifestação e a mensagem de dor por esta tragédia”, sublinhou, acusando o governo nacional de tentar atribuir ao governo regional a responsabilidade da resposta.

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