Número de armas nucleares aumenta em 2022, impulsionado pela Rússia
Relatório aponta que a Rússia, dona do maior arsenal nuclear do mundo, impulsionou o aumento de produção de ogivas nucleares no ano passado
atualizado
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O número de ogivas nucleares operacionais no mundo aumentou em 2022, de acordo com relatório publicado nesta quarta-feira (29/3). O documento aponta que Rússia e China foram os principais responsáveis pelo aumento no último ano.
Até o início de 2023, as potências nucleares oficias acumularam 9.576 ogivas prontas para uso, 136 a mais que no ano anterior. As informações são do relatório Nuclear Weapons Ban, produzido pela ONG norueguesa Norsk Folkehjelp.
Segundo o documento, a capacidade destrutiva do atual arsenal nuclear no mundo é equivalente a “mais de 135 mil bombas de Hiroshima”.
Oficialmente, existem oito potências nucleares, são elas: Rússia, China, Estados Unidos, Reino Unido, Paquistão, Índia, França e Coreia do Norte. Israel é uma potência nuclear não oficial.
“Esse aumento é preocupante e dá continuidade a uma sequência iniciada em 2017”, alerta Grethe Østern, editor do Nuclear Weapons Ban Monitor.
De acordo com o relatório, o aumento se deve principalmente à produção de armas nucleares na Rússia, que tem o maior arsenal nuclear do mundo, com 5.889 ogivas operacionais, além da China, Índia, Coreia do Norte e Paquistão.
“A crise na Ucrânia mostra como as armas nucleares não criam paz ou estabilidade. Elas não impedem conflitos e incentivam a tomada de riscos que podem levar a uma guerra nuclear”, Henriette Westhrin, parceiro da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares.
Na última semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin anunciou que posicionará armas nucleares táticas em Belarus, aliado que faz fronteira com a Ucrânia.
O estoque total de armas atômicas, incluindo as desativadas, diminuiu. Seu número total passou de 12.705 para 12.512 em um ano, devido à destruição de ogivas antigas na Rússia e nos Estados Unidos.