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Nova Zelândia: ataques a mesquitas foram transmitidos pelo Facebook

Homem que alega ser autor das ações publicou manifesto anti-imigração na internet explicando motivações

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MARK BAKER/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Ataques a mesquistas deixam mortos na Nova Zelândia
1 de 1 Ataques a mesquistas deixam mortos na Nova Zelândia - Foto: MARK BAKER/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A polícia da Nova Zelândia afirma manter quatro pessoas sob custódia, acusadas de serem responsáveis pelos ataques a tiros em duas mesquitas na cidade de Christchurch na madrugada desta sexta-feira (15/3).

A primeira-ministra neozelandesa Jacinda Ardern afirmou que ao menos 49 pessoas morreram e mais de 20 ficaram seriamente feridas. Um homem, de cerca de 20 anos, foi acusado por assassinato e se apresentará ao tribunal neste sábado.

Segundo informações do jornal local NZ Herald, os ataques foram transmitidos pela rede social Facebook. Em entrevista ao periódico, a diretora de política interna do Facebook para a Austrália e a Nova Zelândia, Mia Garlick, afirmou que os vídeos foram retirados do ar.

“A polícia da Nova Zelândia nos alertou sobre o vídeo logo após o início da transmissão e nós rapidamente removemos as contas tanto do Facebook quanto do Instagram do atirador”, afirmou.

Os detalhes sobre o ataque e as motivações ainda não estão claros. Autoridades informaram que entre os detidos sob custódia estão três homens e uma mulher. Um deles, cuja nacionalidade australiana foi confirmada pelo primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, assumiu a autoria dos tiroteios e escreveu um manifesto on-line anti-imigração de 74 páginas no qual explicava as suas motivações.

Ainda de acordo com a primeira-ministra neozelandesa, todos os detidos possuem pontos de vista extremista mas não eram vigiados pela polícia.

Trinta mortes ocorreram na mesquita Masjid Al Noor, na região central de Christchurch, cidade de 388 mil moradores. Outros sete corpos foram encontrados dentro da mesquita suburbana Linwood Masjid. Outros três corpos estavam do lado de fora do edifício.

As forças de segurança desativaram bombas improvisadas em carros que estavam perto do local dos ataques. A polícia orientou todas as pessoas no centro da cidade a não saírem às ruas e todas as escolas e prédios estatais a permanecerem fechados. Os edifícios públicos já foram reabertos, mas as autoridades insistem que as pessoas não saiam às ruas. Todas as mesquitas do país estão aconselhadas a ficarem fechadas.

Uma testemunha, Len Peneh, disse que viu um homem vestido de negro entrar na mesquita Masjid Al Noor e logo em seguida escutou dezenas de disparos, seguidos de pessoas que saíam aterrorizadas do local. Outra testemunha disse à rádio One News que viu quatro pessoas no chão, sangrando, do lado de fora do prédio.

Ele disse também que viu o agressor enquanto fugia antes da chegada dos serviços de emergência. Peneha afirmou que entrou na mesquita para tentar ajudar. “Vi mortos por todos os lados.” Minutos depois, a imprensa local reportou disparos em outra mesquita.

A equipe de críquete de Bangladesh chegava à mesquita para um evento, onde havia mais de 300 pessoas, mas todos estão a salvo, disse o técnico. A partida que o time disputaria com a equipe da Nova Zelândia neste sábado foi cancelada.

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