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Nova rodada de sanções econômicas tenta frear guerra e isolar Putin

Punições ocorrem na data que conflito no Leste Europeu completa um mês. Entre as medidas está o congelamento de bens e banimento de empresas

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Vladimir Putin 5 – getty
1 de 1 Vladimir Putin 5 – getty - Foto: Carl Court/Getty Images

Uma nova rodada de sanções econômicas tenta frear a guerra na Ucrânia e isolar ainda mais o presidente russo, Vladimir Putin. O conflito completa um mês nesta quinta-feira (24/3) e não mostra sinais de que irá arrefecer.

Os Estados Unidos congelaram bens de dezenas de fabricantes de armas e equipamentos de defesa, 328 parlamentares russos e do diretor do maior banco da Rússia.

As sanções foram anunciadas pelo Departamento do Tesouro norte-americano, em resposta ao que o órgão chama de “guerra ilegal” contra a Ucrânia.

Seguindo a mesma estratégia, o Reino Unido decidiu congelar bens de empresas russas, como a estatal Sovcomflot, o Gazprobrank e o Alfa Bank.

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que as principais potências do Ocidente estão prontas para aumentar as sanções contra a Rússia.

“Não pouparemos esforços para responsabilizar o presidente Putin e os arquitetos e apoiadores dessa agressão, incluindo o regime de Lukashenko em Belarus, por suas ações. Estas sanções têm um impacto e são tangíveis e temos de as manter pelo seu efeito dissuasor “, garantiu Macron.

Reunião

A cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) mandou recados duros a dois países aliados do presidente russo, Vladimir Putin. A entidade militar advertiu China e Belarus, além de dizer que as nações são “cúmplices” da guerra na Ucrânia.

Líderes da Otan estão reunidos em Bruxelas para tratar do conflito em território ucraniano.

O grupo está preocupado com a guerra. “Temos a responsabilidade de assegurar que o conflito não escale”, disse o secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg.

Ele advertiu a China a não apoiar Vladimir Putin, seu aliado, e disse que a ditadura de Belarus tem de parar de ser cúmplice de Moscou.

A declaração ocorre em meio a rumores de que Pequim está fornecendo ajuda militar e econômica a Moscou na guerra.

Belarus passou a ser o centro de uma polêmica internacional após ser acusada de facilitar a invasão e fazer ataques contra a Ucrânia com mísseis.

Zelensky pede armas

O líder ucraniano pediu que a aliança militar envie jatos, tanques, armas antinavios e equipamentos militares para defesa aérea. Ele ainda acusou a Rússia de planejar avançar sobre outros países do Leste Europeu, como a Polônia.

“Vocês poderiam nos dar 1% de todos os seus aviões. 1% de seus tanques. Um por cento. Para salvar as pessoas e as nossas cidades, a Ucrânia precisa de ajuda militar irrestrita. Assim como a Rússia usa todo o seu arsenal contra nós sem restrições”, exigiu Zelensky.

Dia decisivo

A tensão global tem atingido níveis estratosféricos com a falta de entendimento entre russos e ucranianos e a deterioração das relações político-diplomáticas envolvendo outras nações, como Estados Unidos, Rússia e China.

A quinta-feira tem intensa agenda internacional: haverá reunião da cúpula da Otan, do conselho da União Europeia e do G7 — grupo dos países mais ricos do mundo.

Os encontros debaterão a instabilidade geopolítica atual. Novas sanções contra a Rússia, o risco do uso de armas nucleares e o fortalecimento da defesa mundial são as principais pautas divulgadas até o momento.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

Efeito Biden

O presidente dos EUA, Joe Biden, participa dos encontros. A participação é simbólica e estratégica. Essa é a primeira visita de Biden ao continente após o início da guerra na Ucrânia, )em 24 de fevereiro.

Biden, em um recado diplomático importante, visitará na sexta-feira (25/3), tropas militares da Otan na Polônia — país que faz fronteira com a Ucrânia e é integrante da aliança atlântica.

A Polônia sugeriu que a Rússia seja excluída do G20, o grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia.

A tensão nos arredores da Polônia ficou maior na última semana, com o primeiro bombardeio a Lviv, cidade a poucos quilômetros da fronteira polonesa. O ataque deixou o mundo em alerta.

Como a cidade é próxima da Polônia, se a investida seguir e de alguma forma atingir alvos de nações amigas da Ucrânia, mesmo que não intencionalmente, isso poderia fazer o conflito escalar dramaticamente.

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