Nos EUA quem ganha mais votos nem sempre leva a eleição. Entenda
Sistema eleitoral dos Estados Unidos é diferente do brasileiro. Lá, o pleito não é definido pelo número de votos dos eleitores
atualizado
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Nesta terça-feira (5/11) os norte-americanos decidem quem será o 47º presidente dos Estados Unidos. A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump se enfrentam em uma das eleições mais acirradas da história dos EUA. Mas não basta ganhar a maioria dos votos nos Estados Unidos. O sistema lá é muito diferente do nosso, e quem elege o presidente é um Colégio Eleitoral, não a maioria do eleitorado.
As eleições dos Estados Unidos são descentralizadas e indiretas. O cidadão vota no representante do seu candidato, o delegado, e não no postulante ao cargo em si. Quem define o pleito é um Colégio Eleitoral formado por 538 delegados espalhados pelos 50 estados.
Ou seja, no final das votações, importa mais ao candidato o número de estados e em quais ele ganhou do que o número de votos totais que recebeu dos seus eleitores. Cada um dos estados tem um número de delegados (veja abaixo). A Califórnia tem 54 delegados.
E quem são esses delegados? Em geral são ativistas, membros do partido, figuras públicas, pessoas que de alguma maneira estão ligadas à sigla e que são escolhidas pelos para representar, de alguma maneira, o candidato, ou candidata, na corrida eleitoral.
A distribuição no número de delegados por estado acontece de acordo com a densidade demográfica de cada um deles. Os dados se baseiam no censo oficial do país.
Diante desse cenário, quem vence a eleição dos EUA é o candidato que tiver, pelo menos, 270 delegados reunidos para si ao final das 50 eleições que ocorrem ao mesmo tempo nos EUA.
Um bom exemplo de como esse sistema funciona ocorreu na eleição de 2016, em que Donald Trump venceu a democrata Hillary Clinton. A democrata recebeu 2,87 milhões de votos a mais que o republicano. No entanto, Trump no final da contagem acumulou 306 delegados e ficou com ampla vantagem em relação aos 232 conquistados por Hillary. Em 2000, o republicano George W. Bush também foi eleito, embora no voto popular quem venceu foi o democrata Al Gore.
Para vencer o pleito é necessário no mínimo 270 dos 538 delegados.
Outra diferença eleitoral que impacta na contagem de votos é o sistema “winner takes all” (vencedor leva tudo). O candidato que vencer em algum desses estados vai levar todos os delegados daquele estado.
Então, se um estado tem 20 delegados, por exemplo, e o candidato X fica com 50% dos votos mais um, a distribuição não vai ser proporcional. O candidato que vencer, mesmo que por um voto a mais, vai levar todos os delegados daquele estado.
Maine e Nebraska são os únicos estados que não concedem todos os delegados a um único candidato com base no voto majoritário.