No Iraque, papa Francisco pede pelo fim da violência no Oriente Médio
Viagem ocorre dois dias após um ataque à base militar norte-americana no país. Essa é a primeira vez que um pontífice vai ao Iraque
atualizado
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O papa Francisco já está no Iraque e em seu primeiro discurso no país, nesta sexta-feira (5/3), o religioso aproveitou para fazer um apelo dirigido às autoridades, à sociedade civil e ao Corpo Diplomático, pelo fim da violência. Citando os yazidis, minoria étnica vítima de ataques do Estado Islâmico, o pontífice disse: “São vítimas inocentes de uma barbárie insensata e desumana”.
“Tudo isto trouxe morte, destruição, ruínas ainda visíveis… E não só em nível material. Os danos são ainda mais profundos, quando se pensa nas feridas dos corações de tantas pessoas e comunidades que precisarão de anos para se curar”, ressaltou.
Essa é a primeira vez que um líder da Igreja Católica viaja à nação do Oriente Médio. A viagem acontece dois dias após um ataque à base militar com soldados norte-americanos no Iraque.
“Penso naqueles que perderam familiares e entes queridos, casa e bens primários por causa da violência, da perseguição e do terrorismo. Mas penso também em todas as pessoas que lutam diariamente à procura de segurança e dos meios necessários para sobreviver, enquanto aumentam desemprego e pobreza”, disse o papa.
O santo padre acrescentou ainda que é preciso edificar a justiça, aumentar a honestidade, a transparência e reforçar as instituições.
Para as autoridades
O papa também pediu o fim da violência: “Venho como penitente que pede perdão ao Céu e aos irmãos por tanta destruição e crueldade. Venho como peregrino de paz, em nome de Cristo, príncipe da Paz. Quanto rezamos ao longo destes anos pela paz no Iraque”.
O pontífice citou ainda o papel decisivo da comunidade internacional não só no Iraque, mas na vizinha Síria, que está prestes a completar 10 anos de conflito.
“Espero que as nações não retirem a mão amiga e construtora estendida ao povo iraquiano, mas continuem a operar em espírito de responsabilidade comum com as autoridades locais, sem impor interesses políticos ou ideológicos”, alertou.
Sobre essa guerra, o papa ainda disse que “o nome de Deus não pode ser usado para justificar atos de homicídio, de exílio, de terrorismo e de opressão”. Francisco garantiu a plena colaboração da Igreja Católica para a causa da paz.