metropoles.com

No Chile, 11 de setembro é marcado por atos contra ditadura Pinochet

Um grupo de mulheres percorreu centros de tortura do regime militar para lembrar a data

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Arquivo/Memorial dos Direitos Humanos
tortura-no-chile
1 de 1 tortura-no-chile - Foto: Arquivo/Memorial dos Direitos Humanos

O Chile recorda nesta quarta-feira (11/09/2019) os 46 anos do golpe que derrubou o presidente Salvador Allende e levou ao poder o ditador Augusto Pinochet. Em Santiago, na terça-feira (10/09/2019), um grupo de mulheres percorreu centros de tortura do regime militar para lembrar a data.

“Decidimos fazer uma procissão pelos centros de tortura, sequestro e violência sexual na ditadura e perderam visibilidade histórica”, disse a ex-presa política Beatriz Bataszew, porta-voz do grupo 8M.

Allende foi eleito em 1970 com uma plataforma socialista, em plena Guerra Fria. Em 1973, as Forças Armadas chilenas lideraram um golpe contra o presidente, bombardeando o Palácio de La Moneda, no centro de Santiago. Allende cometeu suicídio durante a ofensiva.

Estádio de futebol virou centro de repressão
Nos dias que se seguiram, a junta militar liderada pelo general Augusto Pinochet deu início a uma onda de repressão no país, com prisões, torturas e perseguições a grupos de esquerda.

O Estádio Nacional de Santiago foi transformado em um centro de detenção provisória, com os vestiários transformados em celas e palco de execuções sumárias.

A ditadura chilena duraria 17 anos, e teria o apoio de outros regimes militares do Cone Sul, no que ficou conhecido como Operação Condor. Ao longo do período, estima-se que 3 mil pessoas morreram ou desapareceram nas mãos do Estado chileno.

Bolsonaro exaltou ditadura e atacou Bachelet
Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) atacou a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet e seu pai, Alberto Bachelet – torturado e morto pela ditadura de Augusto Pinochet -, e exaltou o golpe militar no país vizinho.

Bolsonaro afirmou, nas redes sociais, que Bachelet “investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos)”. Disse ainda que o Chile “só não é uma Cuba” por causa do golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende em 1973, e que, segundo Bolsonaro, “deu um basta à esquerda” no país, “entre esses comunistas o seu pai, brigadeiro à época”, referindo-se a Alberto Bachelet. Michelle também foi torturada no regime liderado por Pinochet.

Aliado de Bolsonaro, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse em pronunciamento que não compartilha da “alusão feita pelo presidente Bolsonaro a uma ex-presidente do Chile e, especialmente, num assunto tão doloroso quanto a morte de seu pai”.

Dias depois, o chanceler do Chile, Teodoro Ribera, disse ao Estado que Bachelet merece respeito mesmo estando em um campo ideológico oposto ao dele, e lembrou que, no Chile, há uma grande unidade sobre a questão dos direitos humanos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?