metropoles.com

No 11º dia de guerra, corredor humanitário falha. Civis ficam sem água

Invasão russa começou em 24 de fevereiro e já deixou 1,5 milhão de refugiados na Ucrânia, onde população passa por crise humanitária

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia
destroços de metal
1 de 1 destroços de metal - Foto: Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia

O 11º dia de guerra contra a Ucrânia ficou marcado por mais uma falha na tentativa de cessar-fogo para o deslocamento de moradores em áreas atingidas pela artilharia russa. Em muitos locais, civis estão presos, como na cidade de Mariupol, sem água, luz e aquecimento.

Ucranianos acusam a Rússia de não respeitar o acordo e bombardear áreas residenciais, o que teria impedido a retirada de civis da zona de conflito. Já os separatistas acusam a Ucrânia de não respeitar o cessar-fogo entre os dois países. Essa foi a segunda tentativa de retirar civis da região. A primeira, também frustrada, foi no sábado (5/3).

Um bombardeio da Rússia também deixou oito civis mortos numa área que deveria ser de corredor humanitário, em Irpin, nas proximidades de Kiev. Soldados ucranianos estavam na área próxima a uma ponte neste domingo para ajudar a transportar a bagagem de civis e crianças. No entanto, morteiros foram disparados e uma família morreu, incluindo uma mulher e duas crianças.

A explosão ocorreu neste domingo, quando as pessoas tentavam atravessar uma estrada logo após a passagem da ponte. Imagens do The New York Times mostram o momento exato do impacto. Um dos fotógrafos da equipe divulgou o vídeo em redes sociais.

Veja:

De acordo com informações das Organizações das Nações Unidas (ONU), a invasão iniciada em 24 de fevereiro deixou até o momento 364 civis mortos em meio aos confrontos e 759 pessoas feridas.

Ainda segundo o comissariado da ONU para migração forçada, a Acnur, o conflito deflagrado pelos russos já tem saldo de 1,5 milhão de refugiados.

Otan

A escalada dos impactos que a invasão russa à Ucrânia causou e que antes era restrita ao leste europeu também ganhou ares globais. De acordo com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deu “sinal verde” para que os países do grupo enviem aviões de guerra à Ucrânia.

A declaração foi dada na manhã deste domingo, pelo horário de Brasília, em entrevista à rede norte-americana CBS.

Blinken, que está na Moldávia, país vizinho aos conflitos, respondeu a algumas perguntas no programa Face the Nation (Encare a Nação, em tradução livre).

Conforme disse, os EUA conversam com a Polônia – país que integra a Otan e demonstrou vontade de auxiliar no esforço de guerra ucraniano – e procuram formas de apoiar logisticamente o envio.

Bloqueios

Enquanto o presidente da RússiaVladimir Putin, autorizou o confisco de dinheiro “ilegal” nos bancos oficiais do país, com a determinação de que todo o dinheiro de funcionários que “exceder a receita oficial dos últimos três anos” pode ser confiscado pelo Estado, o TikTok bloqueou divulgação de vídeos no país.

O TikTok anunciou que vai suspender a transmissão ao vivo e o upload de novos conteúdos da Rússia. O aplicativo afirmou em nota que analisa a nova lei do país sobre “notícias falsas”.

De acordo com a empresa, a lei russa parece ter como alvo os meios de comunicação que não seguem a linha do Kremlin sobre a invasão da Ucrânia. A norma prevê 15 anos de prisão quem publicar “desinformação” no país, incluindo notícias que “desacreditem” as Forças Armadas.

11 dias de guerra

Há 11 dias, mísseis, tanques e militares em trincheiras fazem parte do cotidiano de ucranianos e russos. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia mudou a rota do mundo.

Todo conflito armado não tem efeito somente no front. A economia, a organização político-diplomática e a segurança internacional estão na mira, assim como civis ucranianos.

Clique aqui e confira a cobertura especial da guerra na Ucrânia. 

O Ocidente respondeu à investida de horror com sanções econômicas. Freou a circulação do dinheiro russo no mundo, mas não foi o bastante para soldados abandonarem tanques e fuzis.

A crise geopolítica no Leste Europeu chegou ao ápice de preocupação mundial com o risco de acidente nuclear ou o uso de armas do tipo. Soldados russos bombardearam a maior usina europeia. Um acidente seria 10 vezes mais potente do que o ocorrido em Chernobyl.

13 imagens
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
1 de 13

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
2 de 13

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
3 de 13

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
4 de 13

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
5 de 13

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
6 de 13

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
7 de 13

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
8 de 13

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
9 de 13

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
10 de 13

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
11 de 13

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
12 de 13

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
13 de 13

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

O embate entre os dois países parece longe do fim. Todas as tentativas de cessar-fogo, mesmo que temporário e pressionado pela comunidade internacional, fracassaram.

O Metrópoles reuniu os fatos mais marcantes do conflito. Confira, a seguir, como a guerra movimentou o planeta nos últimos 11 dias.

Quinta-feira (24/2)

Sexta-feira (25/2)

  • O governo ucraniano afirma ter sofrido ao menos 203 ataques russos desde o início da invasão.
  • Russos cercam Kiev, capital ucraniana e coração do poder do país, além de tomar Chernobyl.
  • Zelensky decreta o rompimento das relações diplomáticas com a Rússia e distribui 10 mil fuzis a civis.

Sábado (26/2)

Domingo (27/2)

  • Hospital, orfanato, prédios e escola se tornam alvo de mísseis russos.
  • FAB reserva dois aviões para resgatar brasileiros; 40 deixam a Ucrânia.
  • Putin ordena “ofensiva total” e aumenta tropas ao redor da Ucrânia.
  • Papa condena bombardeios russos: “Diabólica insensatez da violência”.
  • Exército russo cerca usina nuclear; Kiev vive tensão extrema.
  • Países articulam Assembleia Geral da ONU para punir Rússia e Putin.
  • Bancos russos são excluídos do Swift, maior sistema bancário global.

Segunda-feira (28/2)

  • Putin pede a ministro que forças nucleares entrem “em alerta”.
  • Ucrânia é atacada por Belarus, país aliado da Rússia.
  • EUA pede que americanos saiam “imediatamente” da Rússia.
  • Putin fica mais isolado após G7 também excluir bancos russos do Swift.
  • Assembleia Geral da ONU marca rara sessão emergencial para punir Rússia.
  • Em alerta, União Europeia diz: “A guerra voltou às nossas fronteiras”.
  • ONU reage a Putin e alerta: “Conflito nuclear é inconcebível”.

Terça-feira (1º/3)

  • Sob ataques, Ucrânia ameaça a Rússia: “Temos como continuar a guerra”.
  • Megacomboio militar russo cerca Kiev; sirenes de alerta são acionadas.
  • Zelensky diz que, sem cessar-fogo imediato, guerra terá “larga escala”.
  • Tropas russas avançam e já cercam nove cidades ucranianas.

Quarta-feira (2/3)

  • Ucrânia descobre e frustra plano de assassinato de Volodymyr Zelensky.
  • ONU aprova resolução contra Rússia por guerra na Ucrânia.
  • “Terceira guerra mundial seria nuclear e devastadora”, alerta Rússia.

Quinta-feira (3/3)

  • Putin intensifica ataques e radicaliza: “Objetivos serão alcançados”.
  • Ucrânia pede “corredor verde” para refugiados após aumento de ataques.
  • Macron após conversa com Putin: “O pior ainda está por vir”.
  • Zelensky pede reunião com Putin para negociar pausa em bombardeios.
  • Russos sitiam 26 cidades; maior usina nuclear da Europa está no alvo.

Sexta-feira (4/3)

Sábado (5/3)

Domingo (6/3)

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?