Reprodução/Office of Radio and Television of Niger
1 de 1 Imagem estática de militares do Níger anunciando um golpe de Estado na televisão - Metrópoles
- Foto: Reprodução/Office of Radio and Television of Niger
O Níger anunciou o fim da parceria militar com os Estados Unidos, que permitia a presença de militares e funcionários civis na região. A decisão foi divulgada nesse sábado (16/6), pelo coronel Amadou Abdramane, porta-voz da junta militar que governa o país africano desde julho de 2023, após um golpe de Estado.
Em um comunicado televisivo, o porta-voz classificou a parceria, que permitia a presença de funcionários do Departamento de Defesa dos EUA no Níger, de injusta e “unilateralmente imposta por Washington”.
A decisão dos militares que governam o Níger aconteceu após a visita de uma delegação dos EUA, liderada pela Secretária de Estado Adjunta para Assuntos Africanos, Molly Phee, no início desta semana. Washington afirmou que a agenda buscou discutir o “regresso do Níger a uma via democrática” e o futuro da parceria militar com Niamei.
De acordo com Abdramane, o encontro não foi bem visto pelos governantes nigerinos por não seguir protocolos diplomáticos como a informação prévia dos integrantes da delegação, datas e a agenda que seria tratada no país. Segundo o porta-voz, durante a reunião o governo do Níger teria sido ameaçado de retaliação por conta das escolhas da junta militar, que se distanciou de parceiros históricos após assumir o poder.
“O Níger lamenta a intenção da delegação norte-americana de negar ao povo soberano do Níger o direito de escolher os seus parceiros e tipos de parcerias capazes de realmente ajudá-los a lutar contra o terrorismo”, disse Abdramane.
Mudanças regionais
A decisão de expulsar estadunidenses do Níger segue uma linha de afastamento do país de antigos aliados do Ocidente desde que militares derrubaram o então presidente Mohamed Bazoum, em julho do ano passado, declarando o general Adbourahamane Tchiani como novo comandante do país.
Com o afastamento do país colônia, o Níger seguiu o caminho de países vizinhos como Mali e Burkina Faso, que após golpes militares se afastaram da influência europeia e buscaram uma maior aproximação de países como a Rússia e Irã.
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