Netanyahu: Israel responderá por segurança em Gaza após a guerra
Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu falou em entrevista que a “responsabilidade por segurança” se dará por tempo indeterminado
atualizado
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Em sua primeira entrevista a um veículo norte-americano desde o início dos confrontos com o grupo extremista Hamas, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que o país terá “responsabilidade de segurança” sobre a Faixa de Gaza durante tempo indeterminado após o fim da sua guerra. O político também falou à ABC News sobre seu papel no 7 de Outubro e deu a entender que pode pensar em pausas humanitárias.
Atualmente, as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão na fase mais incisiva contra Hamas, que governa a Faixa de Gaza há 15 anos. Além de bombardeiros aéreos diários, há incursões terrestres e o certo à Cidade de Gaza.
“Acho que Israel terá responsabilidade pela segurança por um período indefinido. Vimos o que acontece quando não temos essa responsabilidade pela segurança. O que temos é a erupção do terror do Hamas numa escala que não poderíamos imaginar”, afirmou Netanyahu.
Ele não detalhou como seria essa “responsabilidade pela segurança”. O que se sabe é que Israel sempre afirmou que não pretende reocupar o território palestino. Mas uma declaração assim aponta sobre um suposto plano de ocupação em Gaza, onde vivem mais de 2 milhões de palestinos.
De modo cuidadoso, Netanyahu afirmou na entrevista que tinha certa responsabilidade pelo ataque do Hamas no 7 de Outubro. Naquele dia, cerca de 3 mil terroristas invadiram Israel e mataram por volta de 1.400 pessoas, principalmente civis. E ainda levaram mais de 240 reféns para Gaza.
“Claro [que devo assumir certa responsabilidade]. Isso não é uma pergunta. Isso será resolvido depois da guerra. Acho que haverá tempo para alocar isso”, apontou o primeiro-ministro, alvo de críticas fortes desde o início do conflito.
Netanyahu fala em pausas humanitárias
E, pela primeira vez, Netanyahu deu a entender que aceitaria pausas humanitárias para ajuda de civis palestinos, principalmente por causa da pressão dos Estados Unidos nessa direção. “Na medida do possível, pequenas pausas. Já as tivemos antes. Verificaremos as circunstâncias para permitir a entrada de bens humanitários ou a saída dos nossos reféns, reféns individuais”, explicou.
É a demonstração de uma certa flexibilidade, uma vez que ele já disse diversas vezes que as pausas só seriam feitas com a libertação de reféns. Até agora, o Hamas liberou quatro – o quinto foi resgatado pelas forças israelenses. Segundo o primeiro-ministro, haveria um cessar-fogo se todos os 240 reféns presos em Gaza fossem entregues.
“Haveria um cessar-fogo para esse fim e estamos esperando que isso aconteça”, assegurou. Segundo Netanyahu, os israelenses sabem onde estão os reféns, mas preferiu, por tática de guerra, não dar detalhes.