Netanyahu condiciona cessar-fogo a recuo do Hamas em “mais concessões”
Gabinete do primeiro-ministro avisa que não se reunirá até que mediadores notifiquem Israel de que o Hamas aceita todos os termos do acordo
atualizado
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O gabinete de segurança de Israel adiou uma reunião planejada para aprovar um acordo de cessar-fogo e troca reféns e prisioneiros com o Hamas em Gaza. Nesta quinta-feira (16/1), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou o Hamas de tentar obter “concessões de última hora” em alguns aspectos do acordo.
O gabinete de Netanyahu disse que “o Hamas renega partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel em um esforço para extorquir concessões de última hora. O gabinete israelense não se reunirá até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo”. As informações são do jornal The Guardian.
O jornal Jerusalem Post havia relatado anteriormente que o atraso do gabinete de segurança israelense foi causado porque “a delegação do acordo de reféns não terminou seu trabalho no Catar para retornar a Israel”.
“Quando a delegação retornar, o gabinete de segurança se reunirá”, afirma o jornal.
Por sua vez, o Hamas disse que está comprometido com o acordo de cessar-fogo, segundo afirmou um alto funcionário do grupo, Izzat el-Reshiq, na manhã desta quinta.
Rastro de sangue
Depois de 15 meses de guerra, Israel e Hamas concordaram, nessa quarta-feira (15/1), com um cessar-fogo no conflito que levou um rastro de sangue para a Faixa de Gaza.
Com a mediação do Catar, Estados Unidos e Egito, ambos os lados disseram sim à proposta de paz, que, se tudo der certo, deve começar a valer no próximo domingo (19/1).
Como será o cessar-fogo
- O cessar-fogo entre Israel e Hamas era discutido desde agosto de 2024, com a mediação do Catar, Estados Unidos e Egito.
- O plano, anunciado nessa quarta-feira (15/1), será implementado em três fases.
- Na primeira delas, que deve durar 42 dias, reféns sequestrados pelo Hamas devem ser trocados por palestinos presos em Israel.
- A expectativa é de que as Forças de Defesa de Israel (FDI) também iniciem o processo de desocupação da Faixa de Gaza.
A primeira fase do cessar-fogo, segundo comunicado conjunto divulgado pelo Catar, EUA e Egito, vai durar 42 dias. Neste estágio, cerca de mil palestinos presos por forças israelenses serão liberados em troca de 33 reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza desde outubro de 2023.
Está programada a libertação de reféns em seis datas durante o período de cessar-fogo, começando no domingo, quando três cativos em Gaza serão devolvidos. Na última semana do cessar-fogo, 14 sequestrados serão libertados. A estimativa é de que 97 reféns, entre mortos e vivos, ainda estejam no enclave palestino.