Negociações de paz sobre Gaza terminam no Catar em clima de incerteza
Nova rodada de negociações de paz sobre a Faixa de Gaza terminou no Catar, mas com clima de indefinição, apesar do otimismo de mediadores
atualizado
Compartilhar notícia
As negociações de paz sobre a Faixa de Gaza chegaram ao fim nesta sexta-feira (16/8), em Doha, com um clima de indefinição apesar da “atmosfera positiva” citada em declaração conjunta dos mediadores do encontro.
Catar, Estados Unidos e Egito trabalharam em conjunto para mediar a nova tentativa de negociar um cessar-fogo para o conflito. A reunião contou com representantes de Israel. O Hamas, no entanto, decidiu não enviar uma delegação para Doha.
De acordo com comunicado conjunto divulgado pelos três governos, os EUA apresentaram uma proposta que “preenche as lacunas restantes” para a implementação do plano de cessar-fogo divulgado por Joe Biden, em maio.
Ainda segundo a declaração, autoridades dos governos de Catar, Estados Unidos e Egito vão se reunir no Cairo, antes do fim da próxima semana. O objetivo da nova reunião é “concluir o acordo sob os termos apresentados hoje”.
Após o fim da reunião, Benjamin Netanyahu disse esperar que a nova reunião exerça pressão para que o Hamas aceite os termos do acordo, dando a entender que o teor das negociações agradou o governo israelense.
“Os princípios fundamentais de Israel são bem conhecidos dos mediadores e dos EUA, e Israel espera que a sua pressão leve o Hamas a aceitar os princípios do 27 de Maio, para que os detalhes do acordo possam ser implementados”, disse um comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro de Israel.
O Hamas, até o momento, não se pronunciou sobre a nova rodada de negociações.
Já o presidente dos EUA, Joe Biden, se mostrou confiante quanto a uma possível implementação do acordo, mas disse que ainda é preciso trilhar um caminho até lá.
“Não quero dar azar a nada, podemos ter algo”, declarou o democrata a repórteres na Casa Branca. “Mas ainda não chegamos lá”, afirmou.
Divergências nos termos do acordo têm sido os principais obstáculos para que o cessar-fogo saia do papel. Desde a apresentação da proposta, Hamas e Israel têm se acusado mutuamente de não respeitar ou concordar com os pontos da negociação.