1 de 1 Imagem de satélite mostra destruição em área residencial com muita fumaça após ataque aéreo da Rússia em Mariupol, Ucrânia - Metrópoles
- Foto: Satellite image (c) 2022 Maxar Technologies
Os governos russo e ucraniano concordaram em retomar as negociações para um possível acordo de paz em 1º de abril. Além disso, o Ministério da Defesa da Rússia se comprometeu a estabelecer um cessar-fogo em Mariupol (foto em destaque).
Nesta quarta-feira (30/3), o governo ucraniano anunciou que as conversas serão retomadas de forma remota. A decisão ocorre após o término da última rodada de negociações na Turquia.
O negociador ucraniano, David Arakhamia, propôs um encontro presencial, mas a Rússia negou e disse que é preciso ser feito esboço de tratado.
Cessar-fogo
O ministério da Defesa russo anunciou um cessar-fogo a partir das 4h desta quinta-feira (31/3), pelo horário de Brasília, para permitir a saída de civis de Mariupol. A intenção é abrir um corredor humanitário para a cidade ucraniana de Zaporizhzhia.
“Para que esta operação humanitária tenha sucesso, propomos realizá-la com a participação direta de representantes do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha”, informou o ministério em comunicado.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Na noite desta quarta-feira (30/3), em pronunciamento gravado, o líder ucraniano foi categórico ao comentar a possível pausa nos ataques. “Nada concreto”, resumiu.
Zelensky classificou como “são só palavras” o compromisso russo de frear os bombardeios, sobretudo em Kiev, capital e coração do poder.
“Não acreditamos em ninguém. Em nenhuma bela construção verbal. Há uma situação real no campo de batalha. E agora, esta é a coisa principal, não vamos entregar nada. Lutaremos por cada metro de nossa terra, por cada um de nosso povo”, concluiu.
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