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Não são só Rússia e Ucrânia: mundo tem mais 17 países em guerra

Neste cenário, há guerras civis, escaramuças regionais e conflitos provocados pela atuação de grupos como Talibã e Boko Haram

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UNRWA/Divulgação
Guerra na Síria
1 de 1 Guerra na Síria - Foto: UNRWA/Divulgação

Imagens que retratam a guerra entre a Rússia e a Ucrânia rodam o mundo. O conflito tem deixado a humanidade em alerta e desencadeado sérias consequências em nível planetário. Não são só os vizinhos do Leste Europeu, contudo, que guerreiam. Outros 17 países vivem conflitos armados e passam por crises humanitárias e de segurança.

Nações como Síria (foto em destaque), Paquistão e Iêmen são alguns exemplos. Nesses locais, há guerras civis, séria desestabilização devido à atuação de grupos como Talibã e Boko Haram, e conflitos regionais que ocasionam graves crises, mas sem impactos mundiais diretos.

Com base em dados do Conselho de Relações Exteriores, órgão internacional criado em 1921, as guerras ativas no mundo se concentram na África, no Oriente Médio e na Ásia Meridional.

Na sexta-feira (25/3), o grupo jihadista Houthi, do Iêmen, bombardeou uma refinaria em Jidá, segunda maior cidade da Arábia Saudita, às vésperas da corrida de Fórmula 1 no país. O local ficou completamente destruído.

Os houthis se rebelaram em 2015 e tomaram o governo, provocando uma guerra civil que permanece em curso. Eles são apoiados pelo Irã, uma nação de maioria xiita, e controlam parte do território. Os sauditas, população composta sobretudo por sunitas, apoiam a insurgência, para não deixar os rivais ganharem ainda mais força na região.

Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2020, cerca de 233 mil pessoas morreram desde o começo do conflito.

Síria

Na história recente, uma das guerras mais emblemáticas ocorre na Síria. Lá, o conflito civil armado teve início em 2011, depois que o governo do presidente Bashar al Assad reprimiu violentamente uma série de manifestações, inclusive com uso de armas químicas.

Quatro facções alimentam o conflito: os fiéis a Assad, uma série de grupos de oposição, as forças curdas e o Estado Islâmico. Ao todo, 5,6 milhões fugiram da guerra civil no país.

Nações como a República Centro-Africana e a Líbia também vivem conflitos internos há mais de uma década e enfrentam severas crises humanitárias.

Veja a situação dos países com conflitos ativos:

  • Turquia — Conflitos armados com curdos
  • Síria — Guerra civil
  • Azerbaijão — Conflito Nagorno Karabakh
  • Paquistão — Militância islamita
  • Afeganistão — Atuação do Talibã
  • Índia — Conflito com o Paquistão na Caxemira
  • Myanmar — Crise dos Rohingya
  • Iêmen — Guerra civil
  • Líbia — Guerra civil
  • Somália — Conflito militar-civil
  • Etiópia – Conflito Tigray
  • Sudão do Sul — Guerra civil
  • República Centro-Africana — Conflito armado
  • República Democrática do Congo — Conflito armado
  • Moçambique — Terrorismo interno em Cabo Delgado
  • Nigéria — Boko Haram
  • Mali — Conflito armado civil

Possíveis conflitos

O desgaste de relações internacionais ou até mesmo a cobiça por territórios tornam iminentes novos conflitos. Após a invasão russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, outra situação voltou aos radares: China e Taiwan.

Taiwan, apoiado pelos EUA, considera-se um Estado soberano, mas não é reconhecido pela ONU e pelas principais organizações internacionais; mesmo assim, estabelece relações diplomáticas com 26 países. A China considera Taiwan uma província rebelde e mantém esse status quo inalterado nos últimos anos. Entretanto, sempre paira na região a expectativa sobre quando os chineses decidirão que é hora de reconquistar os vizinhos.

De acordo com o Pentágono norte-americano, o governo chinês pretende invadir a ilha até 2025. O órgão defende que a China tem, em relação a Taiwan, o mesmo entendimento que a Rússia sobre regiões separatistas na Ucrânia, como Crimeia e Donbass.

Os Estados Unidos classificaram como “preocupante” a aproximação entre a Rússia e a China. O posicionamento ocorre após rumores de que Pequim estaria ajudando Moscou na guerra contra a Ucrânia.

Guerra na Ucrânia

Passado pouco mais de um mês do início do conflito na Ucrânia, os dois países ainda não entraram em consenso. Representantes dos governos russo e ucraniano reclamam da estagnação na negociação do acordo de cessar-fogo.

Militares russos confirmaram que o Exército reorganizou a estratégia militar de ataques na Ucrânia para focar na região de Donbass – situada no leste do país e considerada separatista pró-Rússia.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

O mundo está preocupado com os efeitos do conflito no petróleo, na oferta de comida e no abastecimento energético europeu.

Após reuniões da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), do conselho da União Europeia e do G7 — grupo dos países mais ricos do mundo —, o consenso reside na necessidade de agir para minimizar os efeitos inevitáveis do conflito.

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