“Não escapei da Justiça, mas da injustiça”, diz Ghosn após fuga
O ex-presidente da Nissan-Renault realizou entrevista coletiva pela primeira vez após fugir para o Líbano
atualizado
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O ex-presidente da Nissan e da Renault, Carlos Ghosn, afirmou nesta quarta-feira (08/01/2020) que não escapou da Justiça, mas fugiu “da injustiça e da perseguição”. O executivo brasileiro foi preso em 2018 por suspeitas de violações financeiras.
Esta é a primeira vez que o suspeito se pronuncia publicamente após fugir do Japão para o Líbano, em novembro do ano passado. A entrevista coletiva foi realizada em Beirute.
Ghosn criticou a atuação da Procuradoria e da Justiça japonesa no caso. O ex-presidente garantiu que as acusações são falsas.
“Não existe nenhum país democrático em que você vai para a cadeia com esse tipo de acusação”, criticou Ghosn.
Em conformidade com a defesa, o ex-presidente disse que não teve acesso a Direitos Humanos básicos na prisão. Ghosn chegou a ficar preso no Japão por mais de 100 dias.
O foragido relatou, na coletiva, que ficou em uma “cela mínima, sem janelas, com luz sempre acesa”.
O brasileiro criticou ainda que tomava banho apenas duas vezes por semana. “Eu era refém de um país”, completou. Ele relatou ainda que fora interrogado diversas vezes sem a presença de um advogado de defesa.