Na Turquia, russos e ucranianos tentam, novamente, acordo de paz
Encontro diplomático é o mais importante até agora em busca de paz. Ministros Sergey Lavrov e Dmytro Kuleba conversam nesta quinta-feira
atualizado
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Desta vez, o anfitrião é o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Em mais uma rodada de negociações, russos e ucranianos, pelo menos no discurso, tentam entrar em consenso e firmar um acordo de cessar-fogo.
O mundo aguarda a reunião, marcada para esta quinta-feira (10/3), com atenção. É a primeira vez que os chefes da diplomacia russa, Sergey Lavrov, e ucraniana, Dmytro Kuleba, estarão juntos, tentando um entendimento.
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Até agora, todas as tentativas, feitas em Belarus por representantes burocráticos dos dois governos, fracassaram. A invasão começou em 24 de fevereiro e chega, nesta quinta-feira, ao 15º dia de conflito.
Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, desembarcou na Turquia na tarde de quarta-feira (9/3), informou o governo russo a agências internacionais de notícias. A Ucrânia não divulgou informações sobre o deslocamento de Kuleba.
Novo endereço
Agora o encontro ocorre em novo endereço. A reunião acontecerá em Antália, no sul da Turquia. O governo turco prometeu organizar “um fórum diplomático internacional”, indicando o tom da recepção.
O país comandado por Recep Tayyip Erdogan tem defendido uma solução pacífica para o conflito e se oferecido para mediar a construção de uma alternativa à guerra. Os turcos tentam se equilibrar entre seus compromissos com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual fazem parte, e a amizade com Vladimir Putin.
A possibilidade de entrada da Ucrânia na Otan foi justamente o que desagradou a Rússia, que desencadeou a invasão.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Insatisfação com Belarus
As duas negociações anteriores em busca de um cessar-fogo ocorreram na fronteira de Belarus. O local era motivo de descontentamento para o governo ucraniano, porque os bielorrussos são firmes aliados de Putin, e permitiram o uso do território do país por tropas russas usadas na guerra.
O país é liderado por Aleksandr Lukashenko, conhecido como “o último ditador da Europa”, e aliado histórico de Putin.
As tropas russas iniciaram a invasão ao território ucraniano por meio de Belarus. Não parou por aí. O ditador também teria ordenado ataques com mísseis contra o vizinho, segundo acusações da União Europeia e de organismos internacionais.
O fórum
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, participará da reunião como mediador. O fórum diplomático tem previsão de durar três dias.
Antes do encontro, Cavusoglu comemorou a repatriação de turcos que fugiram da guerra. “Hoje, mais 316 de nossos irmãos partiram de Sumi, Zaporizhia, Dnipro, Kharkiv, Poltova, Kremenchuk, Chernivtsi, Odessa, Lviv e Kiev”, publicou numa rede social.
A guerra
A invasão russa completa 15 dias nesta quinta-feira. As tropas de Putin avançam pelo país conduzido por Volodymyr Zelensky e deixam um rastro de destruição.
Cidades inteiras estão sem água, energia e aquecimento. Bombardeios a hospitais e áreas residenciais se intensificaram. Rotas humanitárias de fuga são desrespeitadas.