Na tentativa de frear Putin, potências aplicam novas sanções à Rússia
Conselho da Europa e a Otan anunciaram penalidades: suspensão em colegiados internacionais e mais militares em países vizinhos à Rússia
atualizado
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Na tentativa de frear as investidas do presidente russo, Vladimir Putin, o Conselho da Europa e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciaram novas sanções contra a Rússia.
No início da tarde desta sexta-feira (25/2), as entidades anunciaram penalidades ao país. As medidas foram anunciadas após a reunião de líderes de diversos países.
O Conselho da Europa determinou a suspensão “com efeito imediato” da participação da Rússia no Comitê de Ministros e na Assembleia Parlamentar após a invasão à Ucrânia, iniciada na madrugada da quinta-feira (24/2), horário de Brasília.
A Rússia, todavia, continua a ser membro do Conselho da Europa e parte das convenções relevantes do Conselho da Europa, assim como o juiz eleito para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em relação ao país também continua a ser membro do tribunal, e os pedidos apresentados contra a Moscou continuarão a ser examinados e decididos pelo tribunal.
“A suspensão não é uma medida final, mas temporária, deixando os canais de comunicação abertos”, diz o comunicado do órgão.
A Assembleia Parlamentar do Conselho já havia suspendido o direito de voto da delegação russa em 2014 por causa da anexação da Crimeia. Cinco anos depois, seus poderes foram restaurados.
O Conselho da Europa foi fundado em 1949 com o objetivo de defender os direitos humanos e a democracia.
Mais militares
A Otan disse que a decisão de Putin de atacar a Ucrânia “foi um terrível erro de estratégia”. Os estados-membros da aliança militar se reuniram nesta sexta-feira para tratar da guerra na Ucrânia.
Em um comunicado conjunto, as nações do Ocidente disseram que irão reforçar suas tropas no braço leste da aliança. A Ucrânia não faz parte da Otan e não há presença militar da Otan em seu território.
Sem anunciar medidas concretas, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que prepara novas sanções contra o presidente Putin e o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.
Antes mesmo do início do conflito armado, a Rússia já havia sofrido sanções dos Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Japão e Austrália.
Kiev sitiada
A Ucrânia vive o segundo dia de bombardeios. Kiev, a capital do país e coração do poder, foi invadida pelos russos. As tropas bloquearam a entrada da cidade.
O prefeito da cidade de Kiev, Vitaly Klitschko, afirmou que o município entrou em fase defensiva. O Ministério do Interior ucraniano confirmou que militares do país iniciaram uma operação para tentar expulsar os invasores de Kiev.
A TV ucraniana está exibindo à população tutoriais de como montar coquetéis molotov — tipo de arma química incendiária. Essa seria uma forma de deter os invasores russos. Além disso, o governo confirmou a distribuição de 18 mil fuzis para civis.
Reação de Putin
Na primeira declaração pública após sitiar a capital ucraniana, Kiev, o presidente Putin pediu que militares do país derrubem o presidente Volodymyr Zelensky e tomem o poder.
“Neonazistas estão fazendo todo o povo ucraniano de refém. Assumam o controle. É melhor do que trabalhar com essas pessoas que fizeram a Ucrânia refém”, frisou.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.