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Na ONU, Rússia e Ucrânia trocam acusações envolvendo crimes de guerra

Embaixadores usaram narrativas diferentes em discurs. Ucrânia diz que civis estão sendo mortos. Rússia sente ameaça por aproximação da Otan

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Um veículo militar russo é visto perto da vila de Oktyabrsky, região de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana. No início de 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Putin, anunciou sua decisão de lançar uma operação militar especial depois de considerar os pedidos dos líderes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk
1 de 1 Um veículo militar russo é visto perto da vila de Oktyabrsky, região de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana. No início de 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Putin, anunciou sua decisão de lançar uma operação militar especial depois de considerar os pedidos dos líderes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk - Foto: Anton VergunTASS via Getty Images

Durante a sessão emergencial da Assembleia Geral Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir a punição da Rússia e de seu presidente, Vladimir Putin, após a invasão da Ucrânia, embaixadores dos países em confronto trocaram acusações. É apenas a 10ª vez que uma reunião do tipo é feita na história do grupo.

Líderes estão reunidos no início da tarde desta segunda-feira (28/2) na sede da ONU, em Nova York. Líderes da ONU pediram um cessar-fogo e defenderam a diplomacia.

O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, denunciou que a Rússia teria cometido crimes de guerra durante os combates. Segundo ele, civis, hospitais, escolas, orfanatos e até ambulâncias foram alvos das tropas russas.

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Criada no fim da 2ª Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) é considerada o organismo internacional mais importante da atualidade. Constituída por 193 países membros e sediada em Nova York, nos EUA, a ONU detém, aproximadamente, orçamento de 6 bilhões de dólares e tem como principal objetivo manter a paz entre as nações
A Organização dos Estados Americanos (OEA) é composta por 35 países localizados no continente americano. Tem como objetivo garantir a segurança e a paz no continente, promover a democracia, assegurar os direitos humanos e fortalecer a cooperação entre os povos
O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma instituição financeira que funciona como um banco que fornece empréstimos a países que o solicitam. Criada em 1944, hoje é composta por 188 países e o orçamento do FMI vem dos próprios membros. A lógica é: quanto mais contribuem, maior é o poder de decisão
A Organização Mundial de Saúde (OMS), agência especializada das Nações Unidas, foi criada em 1948 e tem como objetivo elaborar padrões internacionais na área da saúde e incentivar a cooperação entre os países. Composta por 194 países membros, a OMS tem mais de 150 escritórios espalhados pelo mundo e a sede está localizada em Genebra
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Apesar de existirem diversas organizações internacionais, algumas se destacam pela importância geopolítica. A ONU, Otan, OEA, FMI, OMC e o Banco Mundial são exemplos. Conheça mais sobre algumas das principais siglas globais a seguir

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Criada no fim da 2ª Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) é considerada o organismo internacional mais importante da atualidade. Constituída por 193 países membros e sediada em Nova York, nos EUA, a ONU detém, aproximadamente, orçamento de 6 bilhões de dólares e tem como principal objetivo manter a paz entre as nações

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A Organização dos Estados Americanos (OEA) é composta por 35 países localizados no continente americano. Tem como objetivo garantir a segurança e a paz no continente, promover a democracia, assegurar os direitos humanos e fortalecer a cooperação entre os povos

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma instituição financeira que funciona como um banco que fornece empréstimos a países que o solicitam. Criada em 1944, hoje é composta por 188 países e o orçamento do FMI vem dos próprios membros. A lógica é: quanto mais contribuem, maior é o poder de decisão

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A Organização Mundial de Saúde (OMS), agência especializada das Nações Unidas, foi criada em 1948 e tem como objetivo elaborar padrões internacionais na área da saúde e incentivar a cooperação entre os países. Composta por 194 países membros, a OMS tem mais de 150 escritórios espalhados pelo mundo e a sede está localizada em Genebra

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Banco Mundial é uma instituição financeira vinculada à ONU e que possui autonomia própria. Inicialmente criada com o objetivo de conceder empréstimos a países da Europa devastados pela 2ª Guerra, atualmente tem como finalidade realizar empréstimos a países da América, da África e da Ásia

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Fundada em 1995, a Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma instituição que tem como objetivo promover a liberalização mundial do comércio e impedir que uma nação imponha elevadas tarifas para produtos estrangeiros a fim de favorecer a indústria local. É formada por 164 países membros e é o organismo que funciona como instância máxima para julgar questões entre os Estados

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Composta por 38 nações, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é uma instituição criada com o objetivo de incentivar o desenvolvimento econômico dos países membros e o comércio mundial

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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma instituição que tem como função fiscalizar, regulamentar e avaliar as relações de trabalho existentes no mundo. É composta por 185 países, representantes sindicais, trabalhistas e empresas empregadoras

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“Os conflitos têm paralelos que podem ser feitos com a 2ª Guerra Mundial. A Rússia comete crimes de guerra”, afirmou o diplomata ucraniano. Segundo ele, são ao menos 5 mil mortos, entre civis e soldados.

Kyslytsya afirmou que a ONU precisa conter a ações de Putin. “Temos que exigir que as forças russas saiam imediatamente da Ucrânia”, argumentou. “O momento de agir é agora. Se a Ucrânia não sobreviver, a paz mundial não sobreviverá. Não se iludam”, acrescentou.

O embaixador pediu também a punção de Belarus. O país comandado pelo ditador Aleksandr Lukashenko também fez ataques à Ucrânia e cedeu a fronteira para a invasão russa.

Rússia rebate

O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, falou logo após o diplomata ucraniano. Ele rebateu as falas do homólogo, defendeu o prisma russo da situação e disse que há uma guerra de informação contra o país.

Segundo ele, o conflito começou após “sabotagens” ucranianas a acordos entre os dois países. “A Ucrânia está pedindo sua adesão à Otan rompendo [leis da ONU] e colocando a Rússia em risco”, resumiu. Ele acrescentou: “A operação da Rússia exerce o direito pela autodefesa.”

Para Nebenzya, o “Ocidente tem incitado os ucranianos”. “Pedidos que a Ucrânia não entrasse na Otan. Estendemos a nossa mão, mas fomos ignorados”, reclamou.

Ele desmentiu o embaixador ucraniano. “Forças russas não estão atacando áreas civis. A infraestrutura ucraniana não está sendo atacada”, salientou.

O diplomata justificou o veto à resolução do Conselho de Segurança. “É um documento não equilibrado. Votamos contra por um artigo que defendemos não ter sido colocado [no texto]”, justificou.

Apesar de aumentar as tropas, bombardeios e ameaçar usar “força nuclear”, a Rússia defendeu uma solução pacífica com intermédio da ONU. “Pode ter papel para solucionar conflitos”, afirmou.

A Ucrânia vive o quinto dia de bombardeio. Kiev, capital e coração do poder, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, estão sob forte bombardeio.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Em meio à troca de acusações, os Estados Unidos dizem que há uma ameaça "iminente" de Moscou a Kiev e enviaram mais de 8 mil soldados para a Europa Oriental

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Putin reconheceu oficialmente a independência de duas regiões da Ucrânia controladas por separatistas pró-Rússia. Poucas horas depois, anunciou o envio de soldados para Donetsk e Luhansk, com a suposta missão de pacificar a área

Alexei NikolskyTASS via Getty Images)
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Como resposta, a União Europeia e os Estados Unidos proibiram transações econômicas com bancos e entidades que financiam o aparato militar da Rússia. As medidas atingem políticos russos, bancos, o setor de defesa e de mercados de capitais

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O Ministério das Relações Exteriores russo informou que evacuou os últimos diplomatas em serviço no país vizinho. Para a chancelaria de Putin, os diplomatas russos correm risco de sofrer violência

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Sob risco de invasão, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu mais armas aos países do Ocidente. Ele defendeu que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia

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A assembleia

A sessão emergencial foi aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A movimentação político-diplomática é uma represália após uma resolução que exigia a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano ser vetada por causa de somente um voto contra que veio justamente da Rússia.

A Assembleia Geral das Nações Unidas conta com 193 membros e não existe direito a veto.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê a possível entrada do vizinho na organização como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Mapa regiões atacadas Ucrânia
Mapa ilustra os locais onde o país foi atacado

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