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Mundo rejeita bloqueio aéreo na Ucrânia por medo de Terceira Guerra

Otan e EUA acreditam que a medida poderia dar origem a uma escalada sem controle. Zona de exclusão é defendida fortemente por Zelensky

atualizado

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Russian Defence MinistryTASS via Getty Images
KAMCHATKA TERRITORY, RUSSIA - FEBRUARY 19, 2022: A test launch of an RS-24 Yars intercontinental ballistic missile takes place at the Plesetsk Cosmodrome to hit a Kura range target. Russian Defence Ministry/TASS VIDEO SCREEN GRAB. BEST QUALITY AVAILABLE. THIS STILL IMAGE WAS PROVIDED 19 February 2022 BY A THIRD PARTY. EDITORIAL USE ONLY (Photo by Russian Defence MinistryTASS via Getty Images)
1 de 1 KAMCHATKA TERRITORY, RUSSIA - FEBRUARY 19, 2022: A test launch of an RS-24 Yars intercontinental ballistic missile takes place at the Plesetsk Cosmodrome to hit a Kura range target. Russian Defence Ministry/TASS VIDEO SCREEN GRAB. BEST QUALITY AVAILABLE. THIS STILL IMAGE WAS PROVIDED 19 February 2022 BY A THIRD PARTY. EDITORIAL USE ONLY (Photo by Russian Defence MinistryTASS via Getty Images) - Foto: Russian Defence MinistryTASS via Getty Images

O mundo voltou a a falar em zona de exclusão aérea na Ucrânia. A medida, defendida por Volodymyr Zelensky como a principal estratégia para deter os russos, não é consenso e divide o país invadido e blocos políticos-diplomáticos em lados antagônicos.

Em um discurso histórico e emblemático numa sessão conjunta do Congresso dos Estados Unidos, Zelensky tentou usar o holofote mundial para “clamar” pela proibição de voos no espaço aéreo ucraniano.

Na prática, esse tipo de estratégia militar barra a circulação de qualquer tipo de voo — comercial, militar, tripulado ou não — numa determinada região. Além disso, autoriza o abate sem punição em caso de desrespeito. Se fosse adotada, aeronaves de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) patrulhariam os céus do país para evitar que os aviões russos bombardeiem posições ucranianas.

Nesse caso, o apoio carregaria o imenso risco de um confronto direto entre forças da Otan e da Rússia. Se isso acontecesse, temem os líderes do Oeste, uma escalada seria inevitável – e imprevisível.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou no último dia 5 de março, quando a hipótese de criação de uma zona de exclusão aérea ganhou força, que qualquer país que tentar impor o bloqueio nos céus da Ucrânia será considerado “participante” do conflito.

Clique aqui e leia a cobertura completa da cobertura da guerra na Ucrânia. 

Normalmente, esse tipo de acordo ocorre com pelo intermédio de organismos como a Organização das Nações Unidas (ONU), a (Otan) ou a União Europeia, entre outros. Todos, até o momento, se esquivam da responsabilidade.

Na ONU, por exemplo, o Conselho de Segurança poderia aprovar a medida. A Rússia, contudo, tem poder de veto no colegiado – e o preside neste momento.

A Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e o próprio presidente do país, Joe Biden, descartam a possibilidade.

Saiba como funciona uma zona de exclusão aérea:

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, foi categórica. “Uma zona de exclusão aérea, para ser implementada, pediria que americanos potencialmente abatessem aeronave russas, ou que a Otan abatesse aeronaves russas. E nós não queremos dar início à 3ª Guerra Mundial”, justificou.

A Ucrânia entra no 22º dia de bombardeios, iniciados em 24 de fevereiro, assistindo uma escalada brutal na violência dos ataques. Civis, áreas residenciais, escolas e hospitais estão na mira dos ataques. Na quinta-feira (16/3), um teatro usado para abrigar civis me Mariupol foi destruído por mísseis.

Zelensky, ao falar no parlamento norte-americano, usou esse argumento na tentativa de convencer líderes mundiais. Exibiu um vídeo com imagens dramáticas da guerra. Reconstruir o país hoje custaria ao menos US$ 500 bilhões.

“Lembrem do 11 de setembro, quando o mal tentou transformar suas cidades, territórios independentes, em campo de batalha. Estamos vivendo isso todas as noites pelas últimas três semanas”, frisou.

O presidente ucraniano, vendo a pouca disposição global para a criação da zona de exclusão, pede mais apoio aos países amigos, como com armas e sistemas de defesa aérea. Americanos, britânicos e alemães têm respondido ao apelo de Zelensky.

Expectativas

Países ocidentais convocaram reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU para debater a catástrofe humanitária provocada pela guerra na Ucrânia nesta quinta-feira (17/3). Reino Unido, Estados Unidos, Albânia, França, Noruega e Irlanda pediram a reunião. Ucranianos tentarão mais uma vez convencer o mundo da medida.

Na próxima semana, é a vez do Otan. Biden vai à Europa participar de uma reunião emergencial da entidade. Será mais uma oportunidade para Zelensky tentar demover o grupo e o líder norte-americano.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

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