1 de 1 Imagem colorida de bandeiras azuis com estrelas amarelas da União Europeia, dispostas uma ao lado da outra, tremulando, com um prédio ao fundo - Metrópoles
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Após 30 anos fora da Política Comum de Defesa e Segurança da União Europeia, os dinamarqueses votaram, nesta quarta-feira (1º/6), por meio de referendo, a favor da adesão do país às diretrizes de segurança do bloco. Segundo a emissora pública da Dinamarca, 66,6% dos eleitores votaram a favor da participação, enquanto cerca de 34% ficaram contra.
Motivada pela invasão da Rússia à Ucrânia, a Dinamarca deixa de ser o único país da União Europeia fora do acordo de segurança, e segue movimentações políticas das vizinhas nórdicas Suécia e Finlândia, que, também impulsionadas pelo conflito no Leste Europeu, candidataram-se recentemente para aderir à Otan.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Com apoio do governo, de ideologia socialdemocrata, o referendo tem aceitação também de 11 dos 14 partidos do Parlamento dinamarquês.
“É uma abordagem completamente nova à Europa, que estamos sinalizando aos nossos aliados europeus e a todo o mundo”, afirmou Martin Lidegaard, ex-ministro de Relações Exteriores do país.
Já o líder do Partido Conservador, Soren Pape, disse que a decisão segue um pedido dos Estados Unidos para que o bloco europeu tome mais atitude. “Os EUA já disseram bem claramente: a Europa precisa ser mais responsável com a segurança, e eu acredito que faz todo sentido participar da política em vez de sempre esperar que os EUA venham”, declarou.
Rompendo a tradição
Membro fundador da aliança, a Dinamarca rejeitou, em 1992, também por um referendo, o Tratado de Maastricht, que transformou a Comunidade Econômica Europeia na União Europeia.
O país precisou negociar um acordo para que pudesse permanecer no mercado comum, mas ficar fora da moeda única e das políticas de defesa, assuntos internos e Justiça. Dos 27 membros, a Dinamarca era o único que não integrava a Política Comum de Segurança e Defesa.
Três partidos do país, Nova Direita e Partido Popular Dinarmaquês, de extrema direita, e Lista de Unidade, de extrema esquerda, fizeram campanhas para que a Dinamarca continuasse fora do acordo de defesa. Apesar disso, a maioria dos 4,2 milhões de eleitores votou a favor da participação na política de segurança.
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