Líbano: em 5 dias, mortos superam metade do total da guerra de 2006
Até o momento, autoridades libanesas informaram que mais de 700 pessoas já morreram nos bombardeios. Há 18 anos, foram 1.109 mortes
atualizado
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Prestes a completar uma semana, a nova ofensiva de Israel contra o Hezbollah, no Líbano, já matou mais da metade das pessoas que morreram na guerra de 2006, onde forças israelenses e o grupo xiita se enfrentaram por 34 dias, em entre julho e agosto daquele ano.
Na época, o conflito foi iniciado após o Hezbollah – fundado na década de 80 durante a invasão israelense no Líbano – matar oito soldados de Israel e sequestrar outros dois.
Até o momento, o Ministério da Saúde do Líbano informou que mais de 700 pessoas já morreram nos bombardeios contra o país, que começaram na última segunda-feira (23/9). Somente no primeiro dia, quase 500 pessoas morreram durante a ofensiva. Entre as vítimas fatais, estão dois adolescentes brasileiros, de 15 e 16 anos.
De acordo com autoridades libanesas, a maior parte dos feridos são crianças e mulheres. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) afirma que 50 crianças foram assassinadas nos dois primeiros dias de bombardeios.
Dezoito anos atrás, quando o Líbano foi o palco sangrento para a guerra entre Hezbollah e Hamas, a estimativa da Human Rights Watch (HRW) é de que 1.109 pessoas morreram no Líbano, e 4.399 ficaram feridas. Do número, autoridades israelenses afirmam que 250 eram membros do grupo xiita.
Já do lado de Israel, a estimativa é de que 55 cidadãos do país morreram durante o conflito, sendo 43 deles civis e 12 soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI).
Ataques se intensificam
O número de mortos na última semana mostram, na prática, o endurecimento das ações de Israel no território libanês.
A última atualização do Ministério da Saúde do Líbano afirma que, desde 8 de outubro de 2023, quando Hezbollah passou a atacar o território israelense e sofrer contra-ataques, 1.540 pessoas foram mortas por bombardeios de Israel. Deste número, mais de 700 foram assassinadas somente na última semana.
A ação envolvendo pagers e walkie-talkies explosivos contra o Hezbollah, na última semana, foi o ponto de partida para uma escalada da violência no Líbano.
Após os ataques cibernéticos, o governo de Benjamin Netanyahu anunciou a expansão das operações contra o grupo libanês e moveu tropas para a fronteira.
De acordo com Netanyahu, o endurecimento das operações em território libanês é a única forma de garantir a segurança e o retorno de israelenses para a região norte do país.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, a região tem sido uma das mais afetadas pelos ataques do Hezbollah contra Israel, em apoio ao Hamas. A estimativa do governo de Israel é de que mais de 60 mil israelenses foram obrigados a deixar a área por conta da violência.