Morte de jovem brasileiro na Espanha por homofobia gera protestos
O rapaz, que estava em uma boate com a amiga, foi surpreendido por socos de um desconhecido enquanto fumava do lado de fora
atualizado
Compartilhar notícia
Um jovem de 24 anos, nascido no Brasil, foi assassinado no fim de semana enquanto estava em uma boate na Espanha. Samuel Luiz Muñiz, saiu do estabelecimento para fumar e fazer uma ligação, quando foi surpreendido por um homem que desferiu socos contra ele. Em seguida, o homem voltou com um grupo de pessoas e as agressões continuaram.
Além da extensa repercussão em veículos de imprensa, famosos e políticos reagiram contra a morte de Samuel Luiz Muñiz. Internautas subiram a tag #JusticiaParaSamuel nas redes sociais, como forma de protesto.
Manifestações presenciais também ocorreram na cidade, com a coordenação da Direção-Geral da Diversidade Sexual e Direitos LGTBI , do Ministério da Igualdade da Espanha. Os integrantes dos atos carregavam faixas com os dizeres “Não são espancamentos, são assassinatos” e “Acabe com a homofobia”.
⚠️What is happening in Spain right now? 🇪🇸 🏳️🌈 (Thread) #justiciaparasamuel pic.twitter.com/L0qPqXwswI
— Adrian Bono (@AdrianBono) July 5, 2021
O primeiro-ministro da Espanha se manifestou, por meio de uma rede social, dizendo que confia na investigação da polícia. Ele também classificou o crime como um ato selvagem e cruel.
Confío en que la investigación de @policia dé pronto con los autores del asesinato de Samuel y esclarezca los hechos. Fue un acto salvaje y despiadado.
No daremos ni un paso atrás en derechos y libertades. España no lo va a tolerar. Todo mi apoyo a su familia y seres queridos.
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) July 5, 2021
O caso
O relato inicial é que o homem teria agredido Muñiz porque desconfiava que estaria sendo gravado. Não satisfeito, o criminoso voltou com um grupo de mais 10 homens, que agrediram o jovem com socos e chutes até a morte. Samuel era auxiliar de enfermagem e nasceu no Brasil, mas morava na Espanha desde o primeiro ano de vida.
Embora ninguém tenha sido preso pela morte do jovem, o delegado do governo na Galiza encarregado pela investigação, José Miñones, disse que existem certas identificações, mas que as investigações ainda estão em curso. Ele ainda destacou que não se sabe se o crime foi motivado por homofobia.
Contudo, de acordo com depoimentos de pessoas que estavam presentes, um dos agressores disse antes de cometer o crime: “Ou pare de gravar ou eu vou te matar, viado”. Uma amiga relatou que Samuel teria sido atacado por um rapaz que estava com uma mulher e que deu um soco no brasileiro por pensar que estava sendo filmado. As informações são do jornal espanhol El Mundo.