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Morador de Viena descreve desespero nas ruas durante ataque terrorista

Anderson Gutiérrez se mudou para a Áustria em 2018. Ele se diz surpreso com as cenas do atentado em uma das cidades mais seguras do mundo

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Ataque em Viena - 2 de novembro 2020
1 de 1 Ataque em Viena - 2 de novembro 2020 - Foto: Michael Gruber/Getty Images

O colombiano Anderson Gutiérrez, de 29 anos, estava no metrô, voltando para a casa dele, em Viena, na Áustria, quando soube, por meio de uma rede social, do ataque terrorista no centro da cidade, que deixou quatro mortos e 22 pessoas feridas, nessa terça-feira (2/11).

Ao chegar em casa, a 2,5 quilômetros do centro de Viena, o rapaz, ainda despreocupado, começou a se arrumar para ir à academia, mas logo desistiu ao ser informado pela polícia austríaca de que o atentado havia ocorrido em vários pontos da cidade – um deles, onde fica a academia.

Gutiérrez se trancou dentro de casa, onde mora sozinho há dois anos, fechou as janelas, as cortinas, e se retraiu. “Para mim, foi uma questão desesperadora. Um sentimento surreal de ficar em casa, ouvindo os sons de ambulâncias, de helicópteros”, relata, ao Metrópoles.

“Eu vi muita gente correndo para ir para casa, chorando no meio da rua… Depois que fechei as cortinas e fui para longe das janelas, comecei a escrever para os meus amigos, um por um, para dizer que comigo estava tudo bem”, completa o colombiano.

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Quatro pessoas morreram e 22 ficaram feridas
Autoridades pediram para a população ficar em casa
Polícia prendeu, provisoriamente, mais de 14 pessoas próximas ao criminoso
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Tiroteiro em sinagoga de Viena, capital da Áustria

Redes sociais/Reprodução
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Quatro pessoas morreram e 22 ficaram feridas

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Autoridades pediram para a população ficar em casa

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Polícia prendeu, provisoriamente, mais de 14 pessoas próximas ao criminoso

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O desespero de Anderson durou mais de três horas. As primeiras informações divulgadas pela polícia local sobre o atentado foram publicadas por volta das 20h (16h, horário de Brasília). O clima começou a esfriar somente à meia-noite, horas após a morte do terrorista.

Cidade segura

Consultor de estratégias em negócios internacionais, Anderson Gutiérrez nasceu na Colômbia, mas morou na Venezuela e, entre 2013 e 2018, no Brasil, nas cidades de São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG). Ele chegou à Áustria após a eleição do presidente Jair Bolsonaro.

O sentimento de surpresa relatado por Gutierréz se justifica pelo fato de Viena ser considerada a cidade com melhor qualidade de vida do mundo, segundo levantamento da consultoria Mercer feito no ano passado – foi a 10ª vez consecutiva que a capital austríaca liderou o ranking.

Além disso, a Áustria é um dos países mais seguros. Dados da polícia local analisados pelo Metrópoles apontam que, em 2019, foram registrados apenas 65 assassinatos em todo o país – que tem mais de 8,8 milhões de habitantes. Em 78,5% dos casos, havia relação entre o criminoso e a vítima.

“O atentado é algo incrível. Viena é uma das cidades mais seguras do mundo. Aqui nunca acontece nada, você consegue andar normalmente na rua a qualquer horário do dia. Quase não tem homicídios. Então, foi um choque quando soube do ataque terrorista”, diz Gutiérrez.

Rápida reação

O colombiano elogia a atuação da polícia. Nas redes sociais, a corporação publicou uma série de informações sobre o atentado, instigando as pessoas a permanecerem em casa. Além disso, criou um site para que sejam anexadas possíveis imagens do crime de ódio e evitar o compartilhamento dos vídeos.

O ministro do Interior da Áustria, Karl Nehammer, explicou, nesta terça-feira (3/11), que o assassino, um dos quatro mortos, foi “incapacitado em nove minutos”, o que teria evitado que coisas piores acontecessem. O criminoso é ligado ao Estado Islâmico (EI), que assumiu a autoria do ataque.

“Depois que o apartamento do assassino foi revistado, outras 18 buscas domiciliares foram realizadas. Até então, 14 pessoas próximas ao autor do crime foram presas provisoriamente”, relatou Nehammer. O assassino tem 20 anos e dupla nacionalidade: austríaco e macedônio.

Apesar da rápida solução apresentada pela polícia, no entanto, o clima na capital austríaca segue apreensivo. Minutos antes de conversar com a reportagem, Gutiérrez tinha ido ao centro da cidade por causa do trabalho. Ele viu uma Viena como jamais tinha visto: com medo.

“Aqui, a gente nunca vê a polícia na rua – só se for para multar algum carro mal estacionado, por exemplo. Muito menos polícia com arma. E hoje, aquela área central estava cercada de policiais, de militares”, conta o colombiano.

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