metropoles.com

Moldávia registra ataque contra depósito de munição da Rússia

Segundo o governo local, foram registrados disparos em direção a Cobasna a partir da Ucrânia, nesta quarta-feira (27/4)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Andrea Mancini/NurPhoto via Getty Images
Transnistria, An Independent State
1 de 1 Transnistria, An Independent State - Foto: Andrea Mancini/NurPhoto via Getty Images

A Transnístria, região separatista pró-Rússia na Moldávia, registrou ataques pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (27/4). Agora, a investida ocorreu a menos de dois quilômetros da fronteira com a Ucrânia.

O Ministério do Interior da Transnístria afirmou que um importante depósito de munição do exército russo foi alvo de disparos. “À noite, foram vistos vários drones sobre o povoado de Cobasna”, declarou.

Na manhã desta quarta-feira, segundo o governo local, “foram registrados disparos em direção a Cobasna a partir da Ucrânia”.

A cidade abriga um grande depósito de armas da época soviética que está sob o controle de soldados russos.

Série de ataques

Na terça-feira (26/4), a Moldávia relatou o segundo ataque na região separatista pró-Rússia da Transnístria. A investida ocorreu contra uma unidade militar perto da cidade de Tiraspol.

Nesse território, o alerta contra terrorismo foi elevado para o nível vermelho. Após a ofensiva, foram fixados pontos de controle pelo local.

As explosões danificaram uma antiga antena de transmissão de rádio da época da União Soviética. Não houve relatos de mortos ou feridos. Esse seria o segundo ataque nessa área.

Na segunda-feira (25/4), a Transnístria, registrou uma série de explosões. A sede do Ministério da Segurança do Estado em Tiraspol, capital da Transnístria, foi o alvo das explosões. Ainda não se sabe o que motivou e quem está por trás do ocorrido.

O Ministério do Interior de Transnístria afirma que os disparos foram feitos com um lançador de granadas antitanque portátil.

Nesta terça-feira (26/4), a presidente da Moldávia, Maia Sandu, admitiu que “tensões entre várias forças da região” colocam em risco a segurança.

“Isso coloca a região da Transnístria em uma posição vulnerável e cria riscos para a Moldávia. Condenamos todas as provocações e as tentativas de envolver a Moldávia em ações que possam colocar a paz em perigo”, frisou Sandu.

Ameaça

Na semana passada, o vice-comandante do distrito militar central da Rússia, Rustam Minnekayev, afirmou que o governo russo quer abrir “caminho” para a Transnístria.

“O controle sobre o sul da Ucrânia é outro caminho para a Transnístria, onde também há evidências de que a população de língua russa está sendo oprimida”, destacou.

Território da Moldávia controlado pela Rússia desde a queda da União Soviética, a Transnístria travou uma guerra contra a Moldávia na década de 1990, com o apoio russo.

Na sexta-feira (22/4), a agência russa de notícias Interfax confirmou que o governo pretende controlar Donbass, no leste, e todo o sul da Ucrânia.

13 imagens
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
1 de 13

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
2 de 13

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
3 de 13

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
4 de 13

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
5 de 13

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
6 de 13

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
7 de 13

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
8 de 13

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
9 de 13

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
10 de 13

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
11 de 13

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
12 de 13

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
13 de 13

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

Na prática, os russos querem criar um zona entre Crimeia, anexada ao território controlado por Putin em 2014, e Donbass. Com isso, seria possível ter uma porta de entrada para a região separatista da Moldávia.

A Rússia pretende controlar determinadas áreas da Ucrânia. Esse domínio territorial abrangeria desde Kharkiv, Izyum, Luhansky, Donestsk, Mariupol, Melitopol, Mykolaiv e Kherso, até a Crimeia. É a primeira vez que os russos detalham a estratégia militar.

A guerra completa, nesta quarta-feira, 63 dias. A invasão e os bombardeios russos tiveram início em 24 de fevereiro. A mais recente conquista das tropas russas foi o controle da cidade portuária de Mariupol.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?