Moldávia registra ataque contra depósito de munição da Rússia
Segundo o governo local, foram registrados disparos em direção a Cobasna a partir da Ucrânia, nesta quarta-feira (27/4)
atualizado
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A Transnístria, região separatista pró-Rússia na Moldávia, registrou ataques pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (27/4). Agora, a investida ocorreu a menos de dois quilômetros da fronteira com a Ucrânia.
O Ministério do Interior da Transnístria afirmou que um importante depósito de munição do exército russo foi alvo de disparos. “À noite, foram vistos vários drones sobre o povoado de Cobasna”, declarou.
Na manhã desta quarta-feira, segundo o governo local, “foram registrados disparos em direção a Cobasna a partir da Ucrânia”.
A cidade abriga um grande depósito de armas da época soviética que está sob o controle de soldados russos.
Série de ataques
Na terça-feira (26/4), a Moldávia relatou o segundo ataque na região separatista pró-Rússia da Transnístria. A investida ocorreu contra uma unidade militar perto da cidade de Tiraspol.
Nesse território, o alerta contra terrorismo foi elevado para o nível vermelho. Após a ofensiva, foram fixados pontos de controle pelo local.
As explosões danificaram uma antiga antena de transmissão de rádio da época da União Soviética. Não houve relatos de mortos ou feridos. Esse seria o segundo ataque nessa área.
Na segunda-feira (25/4), a Transnístria, registrou uma série de explosões. A sede do Ministério da Segurança do Estado em Tiraspol, capital da Transnístria, foi o alvo das explosões. Ainda não se sabe o que motivou e quem está por trás do ocorrido.
O Ministério do Interior de Transnístria afirma que os disparos foram feitos com um lançador de granadas antitanque portátil.
Nesta terça-feira (26/4), a presidente da Moldávia, Maia Sandu, admitiu que “tensões entre várias forças da região” colocam em risco a segurança.
“Isso coloca a região da Transnístria em uma posição vulnerável e cria riscos para a Moldávia. Condenamos todas as provocações e as tentativas de envolver a Moldávia em ações que possam colocar a paz em perigo”, frisou Sandu.
Ameaça
Na semana passada, o vice-comandante do distrito militar central da Rússia, Rustam Minnekayev, afirmou que o governo russo quer abrir “caminho” para a Transnístria.
“O controle sobre o sul da Ucrânia é outro caminho para a Transnístria, onde também há evidências de que a população de língua russa está sendo oprimida”, destacou.
Território da Moldávia controlado pela Rússia desde a queda da União Soviética, a Transnístria travou uma guerra contra a Moldávia na década de 1990, com o apoio russo.
Na sexta-feira (22/4), a agência russa de notícias Interfax confirmou que o governo pretende controlar Donbass, no leste, e todo o sul da Ucrânia.
Na prática, os russos querem criar um zona entre Crimeia, anexada ao território controlado por Putin em 2014, e Donbass. Com isso, seria possível ter uma porta de entrada para a região separatista da Moldávia.
A Rússia pretende controlar determinadas áreas da Ucrânia. Esse domínio territorial abrangeria desde Kharkiv, Izyum, Luhansky, Donestsk, Mariupol, Melitopol, Mykolaiv e Kherso, até a Crimeia. É a primeira vez que os russos detalham a estratégia militar.
A guerra completa, nesta quarta-feira, 63 dias. A invasão e os bombardeios russos tiveram início em 24 de fevereiro. A mais recente conquista das tropas russas foi o controle da cidade portuária de Mariupol.
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