metropoles.com

Missão da ONU conclui que Maduro cometeu crimes contra a humanidade

A ONU publicou, nesta quinta-feira (15/10), relatório sobre graves violações de direitos humanos na Venezuela durante o período eleitoral

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Jesus Vargas/Getty Images
Imagem colorida mostra Nicolás Maduro - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Nicolás Maduro - Metrópoles - Foto: Jesus Vargas/Getty Images

A Missão Internacional Independente de Investigação da ONU publicou, nesta quinta-feira (15/10), um relatório detalhando o aumento “profundamente preocupante” nas violações de direitos humanos e nos crimes cometidos contra vítimas da repressão sem precedentes do governo venezuelano após a eleição presidencial de 28 de julho. O documento concluiu que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cometeu crimes contra a humanidade.

A investigação é uma ampliação do relatório divulgado em 20 de setembro. No documento são expostas as “múltiplas e crescentes violações e crimes cometidos pelo governo venezuelano, forças de segurança e grupos civis armados pró-governo antes, durante e depois da disputada eleição presidencial de julho no país”.

“Após as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, as autoridades intensificaram e aceleraram a forma mais dura e violenta de sua repressão, com o objetivo de silenciar as pessoas que se opunham ou que eram percebidas como tal. A repressão por agentes estatais e privados, com a aquiescência do Estado, que continua até hoje, gerou um clima generalizado de medo entre a população”, diz o relatório.

Violações listadas:

  • detenções arbitrárias;
  • tortura;
  • desaparecimentos forçados de curto prazo; e
  • violência sexual.

O documento revela que todas as violações ocorriam como parte de um plano coordenado para silenciar críticos e oponentes. A ONU destaca que, entre as vítimas há mulheres, crianças e pessoas com deficiências.

A missão da ONU reportou que muitos presos políticos são ameaçados com torturas até se autoincriminarem por crimes graves, como terrorismo, sem acesso a advogados e sem provas dos supostos crimes dos quais são acusados. O relatório destaca que essas ações “colocam as vítimas em uma posição de vulnerabilidade especial, pois a autoincriminação pode resultar em penas de prisão desproporcionalmente altas”.

“Essas condutas ocorreram como parte do mesmo ataque generalizado e sistemático contra a população civil, em prol de uma política estatal de silenciar, desencorajar e sufocar a oposição ao governo do presidente Maduro ou em apoio a ele”, acrescenta o documento.

O relatório conclui que as graves violações de direitos humanos foram cometidas “com intenção discriminatória” durante o período e que elas se equivalem ao crime contra a humanidade de perseguição por motivos políticos com base na identidade das vítimas.

É relatado que 25 pessoas foram baleadas e mortas na violência recente e centenas de outras ficaram feridas, enquanto “milhares foram detidas por simplesmente exercerem seu direito fundamental à liberdade de expressão”.

O relatório inclui casos que exemplificam as descobertas e coloca os testemunhos das vítimas no centro das conclusões.

“A missão reitera seu apelo para que o Estado liberte todos os indivíduos detidos arbitrariamente e respeite tanto a integridade física quanto psicológica dos detidos e seu direito ao devido processo legal. A comunidade internacional e as organizações relevantes da ONU devem prestar atenção especial à proteção dos direitos das crianças nessas circunstâncias”, destaca a ONU.

As investigações sobre a situação dos direitos humanos antes, durante e depois da eleição presidencial de 2024, e sobre a violência de indivíduos armados conhecidos como “colectivos”, um tipo de organização comunitária na Venezuela que apoia o governo Maduro, o Partido Socialista Unido da Venezuela e a revolução Bolivariana, continuarão a ser feitas pela Missão Internacional Independente de Investigação da ONU, conforme o pedido do Conselho de Direitos Humanos a ONU.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?