Ministro russo ataca os EUA e a União Europeia em discurso na ONU
Sergey Lavrov disse que existe uma onda de “mentiras” sobre a situação na Ucrânia, financiada por EUA e UE, por medo de perderem a hegemonia
atualizado
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, atacou os Estados Unidos e a União Europeia (UE) em discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, neste sábado (24/9). Ele disse que o Ocidente mente sobre a situação na Ucrânia.
O representante russo começou a fala de 23 minutos destacando o drama do momento. Para ele, as “mentiras” do Ocidente estão dificultando o diálogo e a confiança nas instituições e no Direito internacional. O ministro disse, ainda, que essa postura dos EUA e da UE é um reflexo do medo de perderem a hegemonia.
“Disseram que ganharam a Guerra Fria e se autodenominaram os enviados de Deus à Terra, como se não tivessem obrigações, só o direito sagrado de atuar com total impunidade contra qualquer Estado”, disse Lavrov.
O ministro lembrou, ainda, de criticar a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em direção à Ásia e reforçou a acusação contra a Ucrânia de apoiar grupos neonazistas.
Momento russo
Os russos vivem momento delicado após o anúncio de novas decisões do governo. Na quarta-feira (21/9), o presidente Vladimir Putin informou a convocação de cerca de 300 mil reservistas para lutarem na guerra.
A medida foi anunciada como resposta de endurecimento ao avanço das tropas ucranianas em territórios do leste, antes ocupados pelas tropas russas.
Além de manifestações em várias partes do país, a nova postura de Putin aumentou a procura de voos e a quantidade de pessoas tentando deixar o país, especialmente pela fronteira com a Geórgia.
Prisão de 10 anos para soldado que se recusar a lutar
A Rússia anunciou, neste sábado (24/9), regras mais rígidas para soldados que se recusarem a lutar na guerra com a Ucrânia. A nova lei assinada por Putin prevê prisão de até 10 anos para reservistas que se recusem a lutar, desertem, desobedeçam ou se rendam ao inimigo, segundo a agência de notícias AFP.