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Ministro russo afirma que reunião entre Putin e Zelensky é possível

Segundo Sergei Lavrov, basta que a Rússia tenha clareza de questões fundamentais, caso contrário será só uma “troca de opiniões”

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Ataque com mísseis russos em Lviv, na Ucrânia
1 de 1 Ataque com mísseis russos em Lviv, na Ucrânia - Foto: Joe Raedle/Getty Images

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que é possível uma reunião entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e o ucraniano, Volodymyr Zelensky. Desde que, segundo ele, haja clareza sobre questões que são fundamentais para a Rússia. Esses pontos poderiam ser definidos a partir de encontros entre as duas partes na Turquia, a partir desta segunda-feira (28/3).

“É necessária uma reunião assim que tivermos clareza sobre as soluções para todas as questões-chave”, afirmou Lavrov a meio de comunicação sérvios, nesta segunda. De acordo com o ministro, a guerra serviu para que o Ocidente ouvisse os russos em relação aos “problemas” da Ucrânia.  “Agora, eles ouviram: é pelo menos alguma coisa”, disse.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Na entrevista, Lavrov diz que o principal é o mundo “deixar de ser conivente com os ucranianos”. “Eles só querem criar uma ilusão de conversação, uma ilusão de solução. Conhecemos bem sua capacidade de imitar o processo. Eles não vão conseguir se safar dessa desta vez. É preciso um resultado após as conversas, que serão solidificadas pelos presidentes”, disparou o ministro.

Por isso, uma conversa entre os Putin e Zelensky, neste momento, seria contraproducente e uma mera troca de opiniões. Segundo Lavrov, Putin nunca teria se recusado a se encontrar com  Zelensky, mas que “fundamentalmente importante” uma conversa prévia bem preparada.

“Esta crise na Ucrânia e o conflito interno ucraniano foram fermentando por tanto tempo que um grande número de problemas se acumulou. Portanto, apenas se encontrarem e ter um tipo de conversa ‘o que você pensa e o que eu penso’ seria simplesmente contraproducente agora”, explicou Lavrov.

Dois pontos são fundamentais, nas palavras do ministro: desnazificação e desmilitarização. “Tanto a desmilitarização quanto a desnazificação da Ucrânia são componentes obrigatórios dos acordos que estamos buscando”, determinou.

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