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Mil dias de guerra: Ucrânia ataca com mísseis dos EUA e Rússia ameaça

Ataque inédito acontece dois dias após os EUA liberarem o uso de armas norte-americanas em bombardeios contra a Rússia

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A Ucrânia realizou um ataque inédito contra a Rússia nesta terça-feira (19/11), utilizando mísseis de longo alcance enviados pelos Estados Unidos. A ofensiva, na data em que a guerra completa mil dias, acontece após o presidente norte-americano Joe Biden autorizar o uso dos artefatos contra o território russo.

De acordo com um comunicado do Ministério da Defesa da Rússia, seis mísseis táticos ATCMS foram utilizados na ação, que mirou uma instalação militar na região de Bryansk. Cinco deles foram abatidos pela defesa aérea do país, enquanto um foi danificado.

A pasta ainda informou que não foram registradas vítimas ou danos mais severos contra a instalação militar, apenas, na versão da Rússia, um incêndio que foi controlado por equipes locais.

Em um dos últimos atos de seu mandato como presidente dos EUA, Biden cedeu a pressão de Volodymyr Zelensky no último domingo (17/11), e anunciou a liberação de ataques ucranianos contra a Rússia com armas de longo alcance de fabricação norte-americana. Até agora, esse uso só estava autorizado em operações dentro da própria Ucrânia.

Rússia ameaça retaliação

Após o ataque inédito, o governo da Rússia classificou o ato como uma “escalada” na tensão com a Ucrânia e aliados do Ocidente.

“O fato de que ATCMS foram usados repetidamente na região de Bryansk esta noite é um sinal claro de que eles querem uma escalada”, disse o chanceler russo, Sergey Lavrov, durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro, onde representa a Rússia na reunião do G20.

Segundo o diplomata, sem o apoio de Washington seria impossível Kiev utilizar tal tecnologia para atacar o território da Rússia. Por isso, Lavrov pediu que aliados da Ucrânia se atentem à nova doutrina nuclear russa, que prevê possibilidade do uso de armas de destruição em massa como forma de contra-ataque. 

“Espero que esta doutrina seja lida, mas não da maneira como eles leem a Carta da ONU, lendo apenas o que eles querem”, disse Lavrov.

Anteriormente, o governo de Vladimir Putin já havia afirmado que ataques em solo russo com armas dos EUA seria considerado um envolvimento direto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na guerra.

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