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Líder mercenário e aliado de Trump diz estar de olho na Venezuela

Fundador da empresa de mercenários Blackwater, Erik Prince disse estar monitorando situação política da Venezuela

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1 de 1 Imagem colorida mostra o fundador da Blackwater, Erik Prince - Metrópoles - Foto: Alex Wong/Getty Images

O líder mercenário dos Estados Unidos e fundador da Blackwater, Erik Prince, disse estar de olho na situação política da Venezuela e chegou a insinuar qual seria o preço a se pagar para derrubar Nicolás Maduro do poder.

Quatro dias após a polêmica vitória do herdeiro político de Hugo Chávez, o empresário e apoiador de Donald Trump afirmou que a administração de Joe Biden deveria aumentar a recompensa por Maduro com o objetivo de trazer “liberdade” para a Venezuela. Desde 2020, Washington oferece US$ 15 milhões por Maduro, acusado de narcoterrorismo. 

“Se Kamala Harris e Joe Biden querem realmente apoiar a Liberdade e eleições legítimas na Venezuela, deveriam aumentar as recompensas para 100 milhões de dólares por cada um destes criminosos já procurados, Nicolas Maduro, Diosdado Cabello e todos os outros do seu cartel”, escreveu Prince em uma publicação no X. “Então, sente-se e observe a mágica acontecer. Você pode até pagar com dinheiro congelado do regime que já está nos bancos dos EUA”.

Dias depois, Erik Prince voltou a usar as redes sociais para alertar que as forças de segurança venezuelanas deviam escolher o “lado da liberdade” e não o “dos gangsteres socialistas”, se referindo ao regime chavista, em meio a onda de protestos no país.

“Estamos observando e a Justiça será feita”, escreveu Prince na legenda de um vídeo publicado no X.

Líder mercenário

Prince, 55 anos, é um ex-oficial da Marinha dos EUA e fundador Blackwater. Por anos, a empresa de segurança privada prestou serviços ao governo norte-americano, oferecendo mercenários para a proteção de autoridades do país em guerras no exterior.

A Blackwater ganhou notoriedade em 2007, após mercenários do grupo assassinarem 17 civis iraquianos no episódio que ficou conhecido como o massacre da Praça Nisour. Anos depois, Prince vendeu a empresa para um grupo de investidores, mas manteve a atuação no mundo da segurança privada.

Em 2014, Prince fundou a Frontier Services Group (FSG), com sede em Hong Kong. A nova empresa do ex-líder da Blackwater, financiada parcialmente por um fundo estatal chinês, tinha como principal objetivo fornecer apoio de segurança e logística em missões da China na África.

Ele se manteve à frente da empresa até 2021, quando renunciou ao cargo de CEO, mas manteve ações da FSG.

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Por anos, a empresa oferece serviços de mercenários para autoridades dos EUA no exterior
A Blackwater ganhou notoriedade em 2007, após o massacre de civis no Iraque
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A Blackwater foi fundada por Erik Prince

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Por anos, a empresa oferece serviços de mercenários para autoridades dos EUA no exterior

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A Blackwater ganhou notoriedade em 2007, após o massacre de civis no Iraque

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Interferência em governos externos

Mesmo após se desligar oficialmente da Blackwater, e alegar que a FSG não oferecia serviços de mercenários para seus clientes, Erik Prince foi acusado de tentar interferir em alguns países por meio de soldados particulares.

Em um relatório de investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU), apresentado ao Conselho de Segurança da instituição em 2021, o empresário norte-americano é apontado como parte de um plano para mudar o governo da Líbia.

Segundo o documento com mais de 500 páginas, Erik Prince teria fornecido mercenários e armamentos para o general golpista Khalifa Haftar – violando o embargo de armas imposto pela ONU contra a Líbia -, durante uma tentativa fracassada de golpe de Estado em 2019.

Colonização da África

Em novembro de 2023, o polêmico empresário chegou a afirmar que os EUA deviam voltar a época do imperialismo, e colonizar a África.

“Se tantos desses países ao redor do mundo são incapazes de se governar, é hora de colocarmos o chapéu imperial de volta e dizermos: ‘vamos governar esses países’. Podemos dizer que praticamente toda a África é incapaz de se governar”, declarou Prince no podcast Off Leash.

Além do continente africano, o empresário mercenário defendeu que os EUA também colonizasse países da América Latina, onde recentemente se encontrou com o presidente de El Salvador.

A reunião entre Erik Prince e Nayib Bukele foi divulgada no último sábado (18/8) pelo presidente salvadorenho. Na ocasião, o fundador da Blackwater elogiou as medidas do atual líder de El Salvador, que diminuíram a violência no país.

O teor da conversa entre os dois, no entanto, não foi divulgado.

Laços com Trump

Erik Prince é irmão de Betsy DeVos, ex-secretária de Educação na administração de Donald Trump. O empresário mercenário é um forte apoiador do candidato republicano, que concorre à eleição presidencial deste ano.

Ele chegou a trabalhar na transição presidencial de Trump com o ex-conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn.

Em 2020, Trump concedeu perdão total a quatro mercenário da Blackwater que participaram dos assassinatos de civis no Iraque em 2007.

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