ONU aponta aumento de temperatura de pelo menos 2,7ºC e cobra países
Grandes emissores de carbono, como China e Índia, ainda não publicaram planos para a próxima década. Entidade cobra comprometimento
atualizado
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Às vésperas da 26ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima (COP26), a Organização das Nações Unidas (ONU) fez um alerta importante. O mundo está desperdiçando a oportunidade de frear o aquecimento global e de se “reconstruir melhor” após a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Um relatório da ONU, divulgado na terça-feira (26/10), alerta que o mundo enfrentará aumentos desastrosos de temperatura de pelo menos 2,7ºC se os países não conseguirem fortalecer seus compromissos climáticos.
Segundo a publicação, as promessas dos países de reduzirem a emissão de carbono em 7,5% até 2030 é insuficiente à frente do corte de 45% que os cientistas dizem ser necessário para limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC.
A diminuição de carbono é um dos objetivos da COP26, que começa no próximo domingo (31/10), em Glasgow, no Reino Unido.
António Guterres, o secretário-geral da ONU, descreveu as descobertas como um “alerta estrondoso” para os líderes mundiais, enquanto os especialistas apelaram a uma ação drástica contra as empresas de combustíveis fósseis.
Embora mais de 100 países tenham prometido atingir emissões líquidas zero em meados do século, isso não seria suficiente para evitar desastres climáticos, de acordo com o relatório de emissões da ONU.
“O aquecimento está ligado e, como mostra o conteúdo do relatório, a liderança de que precisamos está desligada. Os países estão desperdiçando uma grande oportunidade de investir os recursos fiscais e de recuperação da Covid-19 de maneiras sustentáveis”, destacou, em comunicado.
Promessas ruins
Na COP-26 , os países devem apresentar planos nacionais de redução de emissões — chamados de contribuições nacionalmente determinadas — para a próxima década, uma exigência do acordo climático de Paris de 2015.
De acordo com o relatório da ONU, apenas metade dos países apresentou novos documentos. Grandes emissores, como China e Índia, ainda não publicaram planos.
Já países como Rússia, Brasil, Austrália e México apresentaram planos fracos que não apresentaram melhora em relação suas promessas de 2015 em Paris.