O que sobrou do maior iceberg já visto caminha em direção à morte
Iceberg A-76, o maior já conhecido até agora no planeta, flutua sobre a passagem de Drake e deve derreter totalmente
atualizado
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Imagens de satélite da agência espacial norte-americana (Nasa) mostraram que o iceberg A-76, o maior já conhecido até agora no planeta, flutua sobre a passagem de Drake, uma hidrovia de corrente oceânica de movimento rápido, entre a América do Sul e a Antártica.
Especialistas estão certos de que o bloco gigante de gelo caminha para a morte. Com 135 quilômetros de comprimento e 26 quilômetros de largura, o A-76 se separou da Península Ártica em 2021 e passou a se movimentar por cerca de um ano nos arredores do polo Sul.
As imagens da Nasa e a trajetória traçada pelos observadores evidenciam que o fim dele está próximo, com seu deslocamento para o norte da passagem de Drake nas próximas semanas.
Isso porque, de acordo com o Observatório da Terra, da Nasa, quando icebergs atingem esta hidrovia são rapidamente arrastados por fortes correntes oceânicas para o Leste.
No deslocamento para o Norte, que ocorre na sequência, as águas mais quentes provocam o derretimento total do gelo.
“À medida que continuam a derivar para o Norte, os icebergs geralmente são empurrados para o Leste pela poderosa Corrente Circumpolar Antártica que afunila através da Passagem de Drake. A partir desse ponto, os icebergs muitas vezes voam para o norte em direção ao equador e derretem rapidamente nas águas mais quentes da região”, afirmou o Observatório.
Maior iceberg flutuante
Por enquanto, o A-76 está do mesmo tamanho. Dados coletados em junho deste ano, pelo Centro Nacional de Gelo dos EUA, revelaram que o maior pedaço remanescente do que já foi o maior iceberg flutuando nos oceanos do mundo tem aproximadamente as mesmas proporções que tinha na época em que se soltou do iceberg-mãe.
Mas é praticamente impossível que ele permaneça assim por muito tempo. A passagem de Drake é famosa pela viagem só de ida para estes blocos de gelo.
A Corrente Circunpolar Antártica (ACC), que flui internamente ao redor do planeta, contém mais água do que qualquer outra – são 95 a 150 milhões de metros cúbicos de água transportados a cada segundo, de acordo com a Britannic – e os leva para suas “sepulturas aquáticas quentes”.
Gigantes de gelo
O deslocamento do A-76 foi registrado em 31 de outubro com o auxílio do Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (Modis), acoplado a um dos satélites da Nasa.
De acordo com a agência espacial norte-americana, o iceberg pai do A-76 partiu da barreira de gelo de Filchner-Ronne – uma plataforma de gelo de 442.420 km² na Antártida – em maio de 2021. Na época, era o maior iceberg do planeta.
Dentro de um mês, o iceberg perdeu esse status quando se partiu em três pedaços, que ganharam nomes e a atenção de especialistas. A maior delas é o iceberg A-76.