Leopardo negro africano é fotografado pela primeira vez em 100 anos
Animal raro foi visto por fotógrafo britânico Will Burrard-Lucas e o registro está publicado em uma revista científica
atualizado
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A única evidência de um leopardo negro africano data de 1909, em foto feita em Adis Abeba, na Etiópia. Até agora. Isso porque um fotógrafo britânico especializado em vida selvagem se tornou o primeiro a clicar o animal raro em mais de um século. A expedição reuniu pesquisadores do Zoológico de San Diego, que monitoraram a região de Laikipia Wilderness Camp durante meses até conseguirem as fotos e vídeos inéditos.
Will Burrard-Lucas publicou no perfil dele no Instagram algumas imagens do espécime, que também é identificado como pantera negra. Nas fotos é possível admirar a pelagem escura, resultado do melanismo. O fenômeno, que é oposto ao albinismo, se caracteriza pela produção excessiva de melanina, o pigmento negro. Neste tipo de mutação genética, o pelo parece completamente preto durante o dia, mas imagens infravermelhas revelam os icônicos padrões de roseta do leopardo à noite. Segundo os especialistas, as onças africanas têm a maior variedade de qualquer subespécie de onças, mas as observações do melanismo são raras.
Depois de ouvir vários relatos de moradores locais, que diziam ter visto alguns leopardos negros, o profissional instalou na região uma câmera que era acionada por sensores de movimento sem fio, na esperança de fotografar os animais à noite.
Foram vários dias sem sucesso, até que ele conseguiu imagens impressionantes. “Enquanto passava as imagens na câmera, fiz uma pausa (…) e vi um par de olhos cercados pela escuridão… um leopardo negro! Eu não conseguia acreditar e demorei alguns dias até que me desse conta de que alcancei meu sonho”, escreveu o fotógrafo em seu blog. Veja as imagens:
O Zoológico de San Diego está trabalhando de perto com parceiros locais e outros institutos de preservação em uma nova iniciativa para rastrear e pesquisar populações de leopardos na área, com o objetivo de preservar espécies e para a manutenção de ecossistemas saudáveis. As observações do melanismo foram publicadas no African Journal of Ecology na segunda-feira (11/2).
Conservação
Os leopardos africanos são listados como Vulneráveis na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A perda e fragmentação do habitat, a competição por presas, o conflito com a pecuária e os agricultores e a caça reduziram o número de espécimes em toda a África, embora a extensão total desse declínio populacional ainda seja desconhecida.