Extremos climáticos causam colapso na biodiversidade do planeta
Fenômenos como furacões, inundações, seca e incêndios estão ameaçando vários ecossistemas e, em muitos casos, dizimando a vida selvagem
atualizado
Compartilhar notícia
A combinação de mudanças climáticas e pressão da atividade humana está causando um grande colapso na biodiversidade global e nos ecossistemas nos trópicos. O alerta é de um estudo liderado por uma equipe internacional de cientistas, publicado nesta segunda-feira (27/01/2020).
Segundo os especialistas, foram mapeados mais de 100 locais onde florestas tropicais e recifes de coral foram afetados por extremos climáticos, como furacões, inundações, ondas de calor, secas e incêndios.
A pesquisa fornece uma visão geral de como esses ecossistemas muito diversos estão sendo ameaçados por uma combinação de mudanças climáticas em andamento, clima cada vez mais extremo e atividades humanas locais prejudiciais.
A equipe internacional de pesquisadores argumenta que apenas ações internacionais para diminuir as emissões de CO2 podem reverter essa tendência.
O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e da Universidade de Lancaster, Filipe França, se preocupa principalmente com a situação das florestas tropicais e dos recifes de coral.
“As florestas tropicais e os recifes de coral são muito importantes para a biodiversidade global, por isso é extremamente preocupante que eles sejam cada vez mais afetados por distúrbios climáticos e atividades humanas”, comentou o brasileiro.
A pesquisa destaca que muitas ameaças locais, como desmatamento, pesca excessiva e poluição, reduzem a diversidade e o funcionamento desses ecossistemas. Isso os torna menos capazes de resistir ou se recuperar de condições climáticas extremas.
Destruição global
As espécies de florestas tropicais também estão sendo ameaçadas pela crescente frequência de furacões extremos. “A destruição de plantas por esses extremos climáticos afeta os animais, pássaros e insetos que dependem delas para obter alimento e abrigo”, explicou o Dr. Guadalupe Peralta, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.
Temperaturas mais altas e estações secas mais longas e severas também levou à disseminação de incêndios florestais, como os que afetaram a Austrália, matando mais de um bilhão de animais.
O estudo destaca que são necessárias medidas urgentes e novas estratégias de conservação para melhorar os impactos desses fenômenos, que envolvam as pessoas e instituições locais.