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Estados Unidos anunciam pacto contra desmatamento da Amazônia

Em visita à Colômbia, Antony Blinken anuncia parceria para proteger floresta e terras indígenas. Brasil não entrou em roteiro do secretário

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sistema de combate de focos de incêndios na amazonia bombeiros sobrevoam áreas de queimadas próximo a Porto Velho em Rondonia
1 de 1 sistema de combate de focos de incêndios na amazonia bombeiros sobrevoam áreas de queimadas próximo a Porto Velho em Rondonia - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Numa tentativa de combater um fator-chave das mudanças climáticas, os Estados Unidos vão lançar um pacto regional na Amazônia para reduzir o desmatamento e proteger terras indígenas na região, anunciou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, na quinta-feira (22/10).

Em visita à Colômbia, Blinken afirmou que os EUA vão finalizar nos próximos dias uma “nova parceria regional focada especificamente no enfrentamento do desmatamento impulsionado por commodities”.

Segundo o secretário, a iniciativa fornecerá informações a empresas para ajudá-las a reduzir sua dependência da destruição florestal.

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Amazônia registrou aumento do desmatamento em outubro
Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica
Blinken e Biden
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Área desmatada em Porto Velho, Rondônia

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Amazônia registrou aumento do desmatamento em outubro

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Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica

Lourival Sant’Anna/Agência Estado
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Blinken e Biden

Reuters

“Podemos dar grandes passos para lidar com a crise climática”, disse Blinken ao anunciar o pacto, a poucos dias da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP26.

Na Colômbia, Blinken visitou projetos apoiados pelo governo americano para promover o turismo, o cultivo de cacau e outras alternativas econômicas à extração madeireira.

Blinken afirmou que o pacto também incluirá assistência financeira para ajudar a administrar áreas indígenas protegidas e apoiar a subsistência de agricultores.

Brasil sob pressão

Florestas tropicais são cruciais para o clima porque servem como um grande sumidouro de carbono, mas as emissões de gases do efeito estufa resultantes de queimadas e da agricultura industrial na Amazônia superam as emissões anuais de países como Itália ou Espanha.

O Brasil é de longe o país que abriga a maior parte da Floresta Amazônica. Outrora considerado uma potência ambiental, o país sofre com desmonte de suas políticas de conservação e desmatamento em alta desde a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência.
Antes da COP26, o governo Biden fez tentativas de aproximação do Brasil com o objetivo de alcançar algum compromisso ambiental.

Apesar da tímida tentativa de aproximação, o Brasil ficou de fora da primeira viagem de Blinken à América do Sul. E, durante sua visita à Colômbia, o secretário de Estado se recusou a responder uma pergunta sobre críticas ambientais a Bolsonaro.

Em maio deste ano, o enviado especial para o clima do governo dos EUA, John Kerry, afirmou que o Brasil, como uma das maiores economias globais, deveria assumir a vanguarda do enfrentamento da crise climática. “O Brasil é uma das dez maiores economias do mundo e líder regional, o país tem a responsabilidade de liderar”, disse.

Elogios à Colômbia

A Colômbia, por sua vez, um aliado próximo dos EUA, tem metas climáticas que estão entre as mais ambiciosas da América Latina. O presidente Iván Duque estabeleceu o objetivo de zerar o desmatamento até 2030.

Ao encontrar Blinken, o ministro do Meio Ambiente colombiano, Carlos Eduardo Correa, observou que cerca de um terço do país está na Amazônia e afirmou que as mudanças climáticas estão obrigando o país a “construir um novo modelo econômico, social e ambiental”.

Em Glasgow, “o planeta inteiro está esperando por anúncio importantes, ações”, disse Correa, em referência à COP26, que será realizada na cidade escocesa a partir de 31 de outubro.

Blinken afirmou que Duque mostrou “liderança notável” na questão climática e que o “time Colômbia está muito presente” antes da COP26.

Assim como Duque, Bolsonaro também prometeu zerar o desmatamento ilegal até 2030. Mas, em maio deste ano, tomou um alfinetada do governo americano devido à promessa.

“O presidente Bolsonaro se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030 e alcançar a neutralidade climática até 2050. Para atingir qualquer uma dessas metas, o Brasil precisará tomar medidas imediatas para reduzir significativamente o desmatamento em 2021”, disse Kerry.

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